O esforço da presidente Dilma Rousseff para colocar no Ministério da Fazenda o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles foi muito maior do que o noticiado na ocasião em que se passou a cogitar a saída de Joaquim Levy do governo.
Dilma mandou emissários para conversar com Meirelles e sondar a disposição dele para assumir o cargo. O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, chegou a viajar para São Paulo com essa missão.
Até o último momento, a escolha de Nelson Barbosa para ministro da Fazenda estava indefinida porque havia esperança no governo de Meirelles aceitar.
Mas se impôs um ambiente de frustração no Palácio do Planalto com a resistência do ex-presidente do BC.
“Fica claro que no momento de dificuldade a gente só pode contar com quem é do projeto”, desabafou ao Blog um auxiliar de Dilma que participou das negociações.
Henrique Meirelles sempre foi recomendado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Ministério da Fazenda, e Dilma sempre resistiu a essa proposta.
A escolha de Joaquim Levy foi resultado da recusa de Dilma ao nome de Meirelles, que, após a saída de Guido Mantega, se mostrava mais disposto a aceitar um eventual convite.
Mas a presidente só passou a admitir a hipótese de ter Meirelles no governo depois do agravamento da crise econômica.
Com a recusa do ex-presidente do BC, Dilma ficou sem opções e teve de adotar a solução caseira, com a nomeação de Barbosa.(Blog do Camarotti)