Tenho muita simpatia pelos livros em formato de coletânea, pelo simples fato de ser um modelo que promove inserção de novos talentos no mundo das publicações, não provoca exaustão e deixa um gostinho de quero mais.
Na véspera do último Natal recebi o presente que mais gosto: um livro. Naquela oportunidade, o poeta e cronista Danizete Siqueira de Lima, também colaborador deste blog, às quartas-feiras, ofertou-me a coletânea “Antologia das Quartas às Quatro II”, organizado por Geraldo Ferraz e Salete Rego Barros. É literalmente uma obra de “A” (Alexandre Santos) a “Z” (Zélia Prímola).
Somos brindados no livro com produções poéticas dos irmãos Danizete Siqueira de Lima e Diomedes Laurindo de Lima. O primeiro com o poema “O meu, o nosso natal” e estrofes nos motes “Verso bonito e bem feito/Muito pouca gente faz”, “Uma tela pintada desse jeito/Só se ver no sertão que fui criado”, “Sou poeta nascido no sertão/Defendendo a cultura popular” e “Deus, comece a varrer a impunidade/Que a justiça da terra está carente” e o segundo com o poema “Reconhecimento”, bela homenagem do poeta Diomedes à sua querida mãe. A dupla fez bonito.
Na crônica “Um bom roteiro”, o escritor João da Silva com extrema inspiração conseguiu produzir um texto com os nomes de vários bairros da capital pernambucana numa harmoniosa viagem no tempo.
Alexandre Santos, na crônica “A visita”, nivela-se a Fernando Sabino ao relatar o incidente em uma UTI de certo hospital recifense. Relato com todos os ingredientes de um texto hilário e rico em conteúdo.
De mãos dadas com as crônicas “Depois de bar Savoy” e “Amor pelo Recife”, de Bezerra de Lemos e Colly Holanda, respectivamente, passeamos por locais inesquecíveis da cosmopolita capital de Pernambuco. Lembranças fervilham em nossa memória e nos remetem a tempos passados.
O encontro “Quarta às Quatro”, fonte de inspiração da coletânea, é relatado por diversos autores e sua grandeza cultural pode ser medida nas manifestações dos escritores.
Relatos com elevada dose de sensibilidade e pureza são apresentados por Lucide Veiga em “Historinha de Netinha”, por Maria José Araújo com sua criação sobre a “borboletinha” e por Sônia Carneiro Leão em “O amigo Rosenthal”.
O tema “amor” é abordado por Zélia Prímola. A leitura do seu texto invoca uma reflexão e sugere o quanto amar o próximo é indolor e quanta felicidade produz. Nossa gratidão aos organizadores do encontro “Quarta às Quatro” e parabéns a todos que fizeram parte da obra.
Por: Ademar Rafael