Existem várias personalidades da história do Brasil e do mundo que ganharam fama por meios de suas frases de efeito. Foram políticos, religiosos e escritores que eternizaram textos.
No livro “Assim falou Vargas Vila”, Ezio Flávio Bazzo menciona um texto de Eça de Queiroz, lavrado no início do século vinte para Portugal. “O país perdeu a inteligência e a consciência moral. A classe média abaste-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos estão abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias aumenta a cada dia e vivemos todos ao acaso. O tédio invadiu as almas e há uma perfeita e absoluta indiferença de cima a baixo”.
Este enunciado, com minúsculas adaptações, cabe de ponta a ponta no globo terrestre. O que mais chama a atenção é que não indicação de culpados. O individual e o coletivo andam juntos na desgraça.
Contudo, a citação do escritor português entrou nas preliminares da obra. Seu eixo central é o colombiano Vargas Vila, nascido em 1860 e que faleceu em 1933 em Barcelona. Jose Maria de La Concepción Apolinar Vargas Vila Bonilla é um escritor que deu pouca ou nenhuma atenção aos críticos, seus escritos possuem uma acidez acima dos limites do politicamente correto. Sua pesada
pena feriu conceitos e provocou reações de todo tipo. A seguir indico, preservando a forma que estão publicadas, três ponderações de Vargas Vila, indicados na obra sob os números doze, quarenta e cento e dois. “As aristocracias são cruéis porque são formadas por antigos escravos que se vingam.” Extraído de “Alba Roja”. “É sendo homem de partido que se chega ao poder; mas é deixando de ser homem de partido que se conserva o poder; os traidores sabem muito bem disto, e o praticam.” Fragmento de “De los viñedos de la eternidade”. “O direito ao voto me parece um direito de envilecimento; votar é abdicar; é eleger um amo; é dar-se um amo, é mais vil que suportá-lo; um homem livre não pode aproximar-se de uma urna eleitoral se não é para Quebrá-la; votar é perpetuar a vida do tirano; daquele tirano que nos escraviza e nos envilece a todos: o Estado.” Retirado de “El minotauro”.
Ao analisarmos cada ponderação do colombiano, comparando-a com o que vemos pelo mundo não há como negar que existe muita verdade. Leva-las a ferro e fogo com certeza não é aconselhável. Entendemos, no entanto, que cabem reflexões e julgamentos individuais.
Arisco-me a emitir uma avaliação sobre o texto retirado de “El minotauro”. Tenho afirmado com média intensidade que o voto isoladamente não é solução e com alta intensidade que o Estado brasileiro é perverso por ser uma cópia falsificada de outras nações. Façam suas análise amigos e amigas.
Por: Ademar Rafael