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TERRITÓRIO DE IDENTIDADE CULTURAL PARA A RENDA RENASCENÇA

RENDA1Mulheres rendeiras fortalecidas para a construção do Território de Identidade da Renda Renascença. Este o tema da Feira de Conhecimentos realizada pela Associação Cáritas Paroquial Cruzeiro de Poção, que acontece nesta sexta-feira (03) e sábado (04) no Hotel Fazenda Poço Encantado em Poção, no Agreste de Pernambuco. O encontro vai reunir mais de 50 rendeiras dos estados de Pernambuco e Paraíba, além de representantes de organizações sociais e governamentais.

A ideia da Feira é iniciar o debate para construir o território de identidade da renda renascença envolvendo municípios de Pernambuco e Paraíba, tendo como principais agentes de desenvolvimento, as mulheres rendeiras e demais atores sociais e políticos do território.

O intuito é consolidar o território a partir da identidade cultural de uma arte secular, a renascença, dentro desse espaço de integração social e canalizar políticas públicas que fortaleçam os processos endógenos de organização e gestão social e inclusão produtiva e comercial das rendeiras, inclusive reafirmar a necessidade do registro de tombamento da renascença como patrimônio cultural, que nasceu no município de Poção em Pernambuco. Além destes elementos, será reforçado o papel da mulher no desenvolvimento rural sustentável, alicerçado na abordagem territorial.

Além de Poção e Pesqueira, a proposta é envolver municípios vizinhos da Paraíba, como São João do Tigre, Zabelê, São Sebastião do Umbuzeiro e Monteio, que tem também em sua história cultural e econômica a produção da renascença.

Um território de identidade cultural fortalece o perfil identitário dos sujeitos sociais locais, fundamentado nos princípios básicos da democratização das políticas públicas como a descentralização das decisões, a regionalização das ações e a co-responsabilidade na aplicação de recursos, bem como na execução e avaliação de projetos pactuados pelos atores locais, reforçando a gestão social, a democracia participativa e a superação da pobreza. Resulta de um processo sócio-histórico de ocupação da região, das suas tecnologias produtivas, formas de sociabilidade, convívio e produção material e imaterial.

“A Feira de Conhecimento será um marco importante para avançar na construção de um debate coletivo sobre o território de identidade cultural da renda renascença. E assim, articular democraticamente políticas públicas que fortaleçam as mulheres rendeiras dos municípios que compõem o território”, enfatizou a presidenta da Associação Cáritas Paroquial de Cruzeiro de Poção, Socorro Gemino.RENDADurante a Feira de Conhecimento será construído pelas participantes uma Carta Política, como instrumento de expressar o desejo das rendeiras em criar o território de identidade cultural da renascença e chamar à atenção para o apoio e articulação junto às entidades da sociedade civil e organizações governamentais.

Na sexta-feira (04) à noite, na Praça da Igreja Matriz de Poção, acontecerá o lançamento da Carta Política. Além desse momento, terá exposição e comercialização de peças de renascença e atrações culturais. A Feira de Conhecimentos faz parte da proposta contemplada pela Associação Cáritas Paroquial no Edital Nº 02 /2015 – Apoio a Propostas de Gestão do Conhecimento em Zonas Semiáridas do Nordeste do Brasil do Programa Semear – Gestão do Conhecimento em Zonas Semiáridas.

SURGIMENTO – A renda renascença chegou ao Brasil através dos portugueses e foi ensinada em Pernambuco nos conventos e colégios internos de freiras. Surgiu no município de Poção-PE na década de 30, pelas mãos de uma senhora famosa na cidade, Maria Pastora. O município é um das maiores produtoras de Renda Renascença do país. Hoje, o país exporta renda para sete países da América, Europa e Ásia. Cada ponto da renda recebe um nome especial, inspirado em sentimentos, elementos da natureza ou alimentos da região. Entre os mais conhecidos e mais utilizados pelas rendeiras estão: aranha, abacaxi, traça, cocada, xerém, amor seguro, laço, sianinha, malha, amarrado e o olho de pombo.


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