Ao iniciar seu discurso na cerimônia de posse dos novos ministros da Fazenda e do Planejamento, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (21) que a presença de Joaquim Levy nos primeiros 12 meses de seu segundo mandato foi “decisiva” para que o governo realizasse “ajustes imprescindíveis”. Levy deixou o governo federal na última sexta-feira (18), substituído por Nelson Barbosa, que comandava o Ministério do Planejamento.
Apesar dos elogios públicos na despedida a Joaquim Levy, a presidente da República aproveitou seu discurso na solenidade de posse para mandar um recado aos novos titulares da Fazenda e do Planejamento, fazendo, indiretamente, coro às críticas que o ex-ministro sofreu do PT no período em que integrou o primeiro escalão, inclusive, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em um dos trechos da sua fala, Dilma destacou que uma das tarefas de Nelson Barbosa e Valdir Simão será “contagiar a sociedade com a crença de que equilíbrio fiscal e crescimento econômico podem e devem vir juntos”.
Ela também recomendou que eles façam “o que for preciso” para retomar o crescimento “sem guinadas e sem mudanças bruscas”.
Segundo ela, a mudança da equipe econômica não altera o objetivo de curto prazo do Executivo de restabelecer o reequilíbio fiscal, reduzir a inflação, eliminar as incertezas e retomar com urgência o crescimento.
“Experiência e competência ambos [Barbosa e Simão] têm de sobra. Conhecem a administração pública e participaram da maioria dos programas prioritários que implementamos ao longo dos últimos anos. Estão prontos para a equipe do equilíbrio fiscal e retomada do crescimento”, observou Dilma.
Ao longo de 2015, petistas e integrantes do governo que tinham uma visão crítica em relação ao trabalho de Levy reclamaram que o então ministro da Fazenda não apresentava propostas de crescimento para o país, limitando-se, segundo eles, a executar uma política de ajuste fiscal no país. O próprio Nelson Barbosa protagonizou, em diversar ocasiões, embates com o colega da Fazenda por divergir de propostas mais ortodoxas de Levy para a economia.
“Minhas primeiras palavras são de agradecimento ao ministro Joaquim Levy. Sua presença à frente da Fazenda foi decisiva para que fizéssemos ajustes imprescindíveis. Sua dedicação, assim como seu trabalho, ajudaram na legislação fiscal mesmo em ambiente de crise política”, destacou a presidente na solenidade.
“Joaquim Levy, cuja competência já era conhecida, revelou grande capacidade de agir com serenidade e eficiência sob intensa pressão”, concluiu a petista.
Agradecimento
Nesta segunda, além de empossar Barbosa no comando da economia, a presidente deu posse ao então chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Valdir Simão, no posto de titular do Planejamento.
Diante dos novos titulares da Fazenda e do Planejamento, Dilma destacou que Levy atuou no governo em um momento conturbado da economia e da política, mas que, mesmo assim, ele “superou difíceis desafios”.
Além disso, a petista ressaltou que o agora ex-ministro – que foi alvo de duras críticas de integrantes do governo e do PT ao longo dos meses em que chefiou a economia brasileira – contribuiu muito para a estabilidade e a governabilidade do país.
“Agradeço sua colaboração inestimável, que jamais deixarei de reconhecer”, enfatizou a presidente, sendo intensamente aplaudida pelos convidados que acompanhavam a cerimônia de posse no Palácio do Planalto.(G1.COM)