A desinfecção da água no semiárido para utilização da população da zona rural e a pesquisa da cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos foram as duas experiências de desenvolvimento de tecnologias reconhecidas com o Prêmio Miguel Arraes de Inovação Inclusiva. O governador Paulo Câmara entregou a premiação às instituições vencedoras, nesta quarta-feira (30), em solenidade no Palácio do Campo das Princesas.
Diante de representantes de organizações não governamentais e das entidades vencedoras, o chefe do Executivo estadual defendeu a necessidade de uma “nova agenda” para a política de ciência, tecnologia e inovação. “É buscar tirar proveito de tudo que temos e vemos acontecer em mundo tão globalizado e de respostas tão rápidas em beneficio da população, do serviço público e daqueles que mais precisam”, frisou Paulo Câmara.
Desenvolvido pelo Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta), o filtro de baixo custo para desinfecção de água no semiárido conquistou o 1º lugar e recebeu o valor de R$ 10 mil. O projeto tem o objetivo de garantir o acesso à água potável de qualidade para a população da zona rural do semiárido nordestino, garantindo assim a melhoria da saúde e da qualidade de vida dos habitantes dessa região.
O 2º lugar ficou com a Incubadora de Tecnologias Sociais da Universidade Federal de Pernambuco (INCUBATECS/UFPE), que apresentou a estação multipropósito de pesquisa da cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos. O objetivo do projeto, que é realizado em parceria com alunos da Escola de Referência em Ensino Médio Edson Moury Fernandes, é o de subsidiar a elaboração de pesquisas voltadas à melhoria de produtos e serviços destinados aos empreendimentos na cadeia de plantas medicinais e fitoterápicos. O instrumento também abastece o Centro de Saúde Alternativa da Muribeca (CESAM) com insumos vegetais e fomenta a incubação de novos empreendimentos formados por jovens.
Presidente do Serta, Germano de Barros pontuou que a premiação legitima e reconhece o trabalho desenvolvido pela instituição. “É uma honra poder receber esse prêmio, no sentido de reafirmar e qualificar aquilo que estamos fazendo há 26 anos. Porque ninguém acreditava quando iniciamos lá atrás”, lembrou.
A secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação, Lúcia Melo, ressaltou a necessidade de o poder público estimular cada vez mais a realização de “alianças do conhecimento”, com foco na conquista de avanços na qualidade de vida das pessoas e na harmonia com os diferentes ecossistemas. “É preciso fazer ciência pelo avanço do conhecimento, mas também para criar melhores condições de sustentabilidade do planeta e de vida para as pessoas. Ou seja, é preciso fazer alianças do conhecimento. E esses exemplos que estão aqui contemplados são expressões reais de alianças estratégicas para o conhecimento e inovação”, afirmou.MIGUEL ARRAES – O governador Paulo Câmara destacou que a escolha do ex-governador Miguel Arraes para dar nome ao prêmio se deve à importância dada pelo ex-governador às políticas de inovação na administração pública. “Ele (Miguel Arraes) sempre buscou dar condições de Pernambuco ser uma referência, como sempre foi, em ciência, tecnologia e inovação. Criou, no seu Governo, a primeira secretaria de Ciência e Tecnologia e também o primeiro Centro de Amparo à Pesquisa. E isso deu condições de Pernambuco se desenvolver e seguir em frente. Nós não estaríamos hoje voltando a um patamar de desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida se esses passos não tivessem sido dados há tanto tempo”, cravou. Lula e Pedro Arraes, filhos do ex-governador, estiveram presentes na solenidade.