
Nos cabelos de sol de uma menina,
Jurou ele aquecer-se a vida inteira,
Ela ainda inocente e pequenina,
Palma nascente da caudal abeira.
Mais tarde ela cresceu ágil e franzina,
Desiludida da feição primeira,
O seu amor a nenhum homem se inclina,
Ele casou-se, ela ficou solteira.
Quando um sobrinho pequerrucho e lindo,
Lhe perguntava entre chorando e rindo,
Conte uma história tia, conte aquela.
Ela repete qual se um conto fora,
Era uma vez uma criança loira,
E ninguém sabe se essa história é dela.
(Autor desconhecido)

Conheço este soneto declamado por minha tia no Sul da Bahia. Nunca soubemos o autor desta preciosidade. Anadir, que também não se casou, o declamava com lágrimas nos olhos. Quantos poetas morreram no anonimato deixando poemas profundos e belíssimos. Parabéns pelo seu blog. Também possuo “Cidade das Esmeraldas” e “Sonetos Nectar da Poesia”