Está em análise na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei nº 3.722/2012 que flexibiliza o Estatuto do Desarmamento, tornando mais brandas as regras de acesso às armas de fogo. O texto reduz de 25 para 21 anos a idade mínima para comprar armas, aumenta a quantidade de munição que pode ser adquirida, libera a compra para quem já esteve preso e também para pessoas investigadas por crimes violentos, o que hoje é proibido.
Sobre o tema, o deputado estadual Lucas Ramos (PSB) posicionou-se contra as alterações no Estatuto. Em discurso no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco, o parlamentar foi duro no que chamou de “incentivo à indústria da bala”. “Se aprovado, o projeto representará um retrocesso na campanha de desarmamento da população civil, que conseguiu salvar mais de 160 mil vidas entre 2003 e 2012. Engana-se quem acha que armado o cidadão estará seguro”, declarou o vice-líder do governo.
O parlamentar apresentou dados mostrando que mais da metade das armas de fogo apreendidas nas mãos de criminosos foram furtadas ou roubadas de cidadãos comuns. “No Rio de Janeiro, por exemplo, mais de 65% do armamento encontrado com os bandidos veio de dentro das residências. É o cidadão de bem que está fornecendo armamento ao crime”, assinalou.
O tema foi elogiado pelos parlamentares presentes na casa. A deputada Teresa Leitão (PT) afirmou que já existem propostas aumentando a taxação das armas para inibir o seu comércio. “A arma na mão de uma pessoa comum é o primeiro passo para a formação de um criminoso”, disse.
Para evitar que o Estatuto do Desarmamento sofra alterações, o deputado Lucas Ramos começou a mobilizar, nesta quarta-feira, a bancada pernambucana em Brasília para que vote contra o PL nº 3.722/2012. “Vamos atuar na articulação política e buscar o convencimento daqueles que ainda estão a favor da alteração para impedir que essa mudança passe no congresso e traga mais insegurança à população”, detalhou.
