Quanto é triste se ver um nordestino,
Receber mil reais por quatro reses,
A esposa gestante de oito meses,
Sem poder com o peso do menino,
Muitas vezes caminha sem destino,
Com a ponta de um pau riscando o chão,
Como quem tá caçando uma ilusão,
Que perdeu na poeira da estrada,
Vi a planta morrer esturricada,
Na quentura do fogo do verão.
Um pedaço do bife do maciço,
Nunca passa na boca da infeliz,
Quando pede uma esmola o rico diz,
Quer morar lá em casa, tem serviço.
Por que é que os ricos fazem isso?
Tanta grana que tem depositada,
Nega um Taco de pão a esta coitada,
Depois paga com juro a natureza,
Vê-se sombras visíveis de tristeza,
No olhar da criança abandonada.
Saudoso João Paraibano