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ESPAÇO DA POESIA

dioHino Enfermo;

O Ipiranga que ouviu nas margens plácidas,
Heroísmos de brados retumbantes,
Hoje escuta gemidos de almas flácidas,
Esfaimados de amor, agonizantes,
E os reflexos dos céus da liberdade,
Já não brilham com tanta intensidade,
Nos céus pátrios que ainda são tão vastos.
Mas não são tão poéticos como antes,
Nodoados por gosmas nauseantes,
De palermas, corruptos e nefastos.

Quando alguém desafia a própria morte,
Nunca é pelo penhor dessa igualdade,
É revolta, excomunga a negra sorte,
Suicida-se na vil sociedade.
Com uma bala de aço o peito fura,.
No declínio de tudo ainda murmura,
Vou fugindo da fome e do desprezo,
Salve, salve, Brasil oh pátria amada,
Mãe gentil dos vilões, terra adorada,
Por quem rouba, escraviza e não vai preso.

Raio vívido que nunca resplandece,
Sol intenso em fantasma transformado,
Céu límpido e risonho que hoje tece,
Véu escuro na flâmula do passado,
O perfil verde louro do cruzeiro,
Que antes foi puramente brasileiro,
E o orgulho de exímios patriotas,
Tá com seu resplendor ameaçado,
Brevemente será privatizado,
Leiloado nas mãos dos agiotas.

Diniz Vitorino.


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