João falou de vaqueiro e fazendola,
Do sofrer da criança abandonada,
Que se deita num canto de calçada,
Sobre o grude do fundo da sacola,
Foi João um Pelé jogando bola,
Um Benito de Paula no piano,
Criou asas tal qual um pelicano,
Dia dois de setembro ao céu voou,
SE SOUBEREM ME DIGAM QUEM FICOU,
NO LUGAR DE JOÃO PARAIBANO.
Eu não quero saber qual foi a placa,
Do veículo que vinha em disparada,
E nem qual ambulância encomendada,
Com bombeiro, enfermeiro, cama e maca,
Eu nem quero saber em qual barraca,
João bebeu suas doses de cinzano,
Qual a marca do terno, a cor do pano,
Com que nosso poeta se enterrou,
SE SOUBEREM ME DIGAM QUEM FICOU,
NO LUGAR DE JOÃO PARAIBANO.
Diomedes Mariano.