Após se reunir com a presidente Dilma Rousseff nesta quarta-feira (23) no Palácio da Alvorada, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira-foto (CE), afirmou que a presidente quer anunciar a reforma ministerial antes de viajar para Nova York, prevista para a tarde desta quinta (24).
Dilma se reuniu na manhã desta quarta com o vice-presidente da República, Michel Temer, e com Eunício, além do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, para tratar da reforma ministerial.
Anunciada em agosto com o objetivo de reduzir gastos, a reforma consiste em acabar com cerca de dez das atuais 39 pastas e reduzir o número de cargos comissionados na Esplanada, segundo o Planalto.
Eunício declarou, entretanto, que a bancada do partido no Senado não tem novas reivindicações por espaço na composição ministerial.
“Pode manter Kátia [Abreu, ministra da Agricultura], pode manter Eduardo [Braga]. O PMDB no Senado não tem reivindicação nova”, afirmou, em referência aos ministros peemdebistas com aval da bancada do partido no Senado.
“Coloquei que, na questão do Senado, que defendemos aqui durante o tempo todo redução de ministério e corte de orçamento, não tínhamos nenhum modelo a apresentar e nenhuma reivindicação adicional ao que já existe em relação à participação do PMDB no Senado na questão administrativa”, afirmou Eunício. “A bancada do Senado não tem reivindicações sobre ampliação do espaço na reforma”, reforçou.
Espaço no governo
O PMDB atualmente tem seis ministérios – Turismo, Agricultura, Aviação Civil, Assuntos Estratégicos, Minas e Energia e Portos. Com a reforma administrativa, o partido deve ficar com quatro pastas – dois indicados pela bancada na Câmara e dois, pela bancada no Senado. Uma reclamação recorrente entre os peemedebistas é de que os atuais ministros não representam a preferência do partido.
Segundo deputados do PMDB, Dilma quer garantir a satisfação das bancadas na Câmara e no Senado ao escolher os novos ministros, num esforço de garantir apoio em votações do Congresso Nacional.
A bancada do PMDB na Câmara se reuniu nesta terça (22), por quase duas horas, para definir os nomes que seriam indicados a Dilma para o Ministério da Saúde e para uma nova pasta que poderá ser criada, o Ministério da Infraestrutura.
Segundo parlamentares do PMDB ouvidos pelo G1, os nomes que seriam indicados para consulta são os dos deputados José Prianti Junior (PMDB-PA), Celso Pansera (PMDB-RJ), Newton Cardoso Junior (PMDB-MG), Mauro Lopes (PMDB-MG), Manoel Junior (PMDB-PB), Marcelo Castro (PMDB-PI) e Saraiva Felipe (PMDB-MG).
O nome com maior apoio da bancada para comandar o Ministério da Saúde é o do deputado Manoel Junior. As alternativas para essa pasta são Marcelo Castro e Saraiva Felipe.
O deputado José Prianti Junior comandaria, segundo petistas, um ministério ligado à área da infraestrutura, possivelmente uma fusão da Secretaria da Aviação Civil com a Secretaria de Portos. Celso Pansera, Newton Cardoso Junior e Mauro Lopes seriam alternativas a Prianti, se o nome for vetado por caciques do PMDB no Pará.
Inicialmente, o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, estava cotado para o comando da nova pasta de Infraestrutura. No entanto, Dilma optou por um nome com respaldo da bancada do PMDB na Câmara para tentar conter a rebelião na base governista. Nos últimos meses, Padilha vinha acumulando suas atribuições na Aviação Civil com o varejo da articulação política do Palácio do Planalto.
O PMDB também tentará manter Henrique Alves na pasta do Turismo, ainda que seja fundida com outros ministérios. O nome dele, porém, não foi endossado para ocupar os dois ministérios oferecidos para a bancada do partido na Câmara.