A presidente Dilma Rousseff decidiu seguir o conselho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e vai usar a reforma administrativa – mesmo com a redução de ministérios – para tentar garantir uma base mínima de 200 deputados na Câmara.
A estratégia do Palácio do Planalto é conseguir musculatura suficiente na Câmara para barrar qualquer tentativa de processo de impeachment. Para isso, ter ao menos os votos de 172 deputados (um terço dos parlamentares).
O próprio ex-presidente Lula defendeu essa estratégia em sua passagem por Brasília, em conversas com aliados, segundo relatos feitos ao Blog. Na noite desta quinta-feira (17), ele teve um encontro reservado com Dilma no Palácio da Alvorada.
Em Brasília, Lula manifestou preocupação em garantir votos suficientes no Congresso Nacional para assegurar a governabilidade de Dilma.
Por isso, mesmo com o enxugamento de dez ministérios, a estratégia é condicionar as novas indicações para o comando dos ministérios aos partidos e bancadas que garantam os votos necessários na Câmara e no Senado.
Lula também sinalizou que, apesar das críticas ao pacote de ajustes, não vai desestabilizar a política econômica. Segundo um interlocutor, ele sabe que isso poderia afetar em definitivo a governabilidade de Dilma.
“Lula é responsável por Dilma e sabe disso. Ele pode estar contrariado com alguns pontos, mas não vai inviabilizar o governo”, observou um ministro. (Blog do Camarotti)