O ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE) disse em depoimento ontem (26) ao juiz da Operação Lava Jato, Sérgio Moro, que seus familiares não têm qualquer responsabilidade no escândalo da Petrobras, apesar das evidências de que o filho, Fábio Corrêa, esteve várias vezes no escritório do doleiro Alberto Yousseff para apanhar valores.
Estão sendo investigados pela Lava Jato dois filhos do ex-parlamentar – Fábio Neto e Aline -, o ex-genro Roberto Teixeira, a nora Márcia Danzi e um ex-funcionário de seu gabinete na Câmara Federal.
Segundo o ex-deputado, ele é o único responsável pelos fatos porque seus familiares e assessores só faziam o que ele determinava.
“Eu estou sendo acusado com outras pessoas e as outras pessoas não têm nenhuma responsabilidade nos fatos. Eu quero dizer que assumo todas as responsabilidades. Meu filho Fábio Correia de Oliveira Andrade Neto, minha filha Aline Corrêa, minha nora Márcia Danzi Russo e meu ex-funcionário Ivan Vernon Gomes Torres Junior só faziam o que eu mandava. Eles cumpriam as determinações que eu mandava. Eu é que tratava dos assuntos sobre as imputações que me estão sendo feitas por Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef”, disse o ex-deputado pernambucano.
Questionado pelo juiz se estava confessando os crimes, Pedro Corrêa respondeu: “Não estou dizendo que eu cometi (os crimes). Estou dizendo que eles não têm participação. Eu vou me defender. Se o Fábio recebeu algum dinheiro, fui eu quem mandei. Se alguém depositou algum dinheiro na conta de um dos meus funcionários, na conta dos meus filhos ou de minha nora, fui eu que mandei”.
Pedro Corrêa foi condenado no processo do mensalão a 7 anos e 2 meses de prisão e estava cumprindo a pena em regime semiaberto na penitenciária de Canhotinho, interior de Pernambuco. Agora, está sendo acusado de participação no escândalo da Petrobras pelo que se encontra preso num presídio do Paraná.