No mesmo dia em que o governo federal sinalizou a redução do número de ministérios, o secretário da Fazenda de Pernambuco, Márcio Stefanni, declarou que o estado deve economizar em torno de R$ 920 milhões neste ano. O dirigente da pasta revelou a redução no gasto da máquina pública, na manhã desta segunda-feira, após uma reunião com o secretariado com o governador Paulo Câmara (PSB). Este é o segundo encontro do gênero em que o governador realiza com sua equipe desde que tomou posse.
Em entrevista coletiva aos jornalistas, no Palácio do Campo das Princesas, Márcio Stefanni anunciou a redução de R$ 600 milhões nos gastos do governo. Anteriormente, o governador já tinha declarado que pretendia economizar R$ 320 milhões. Até o mês de julho, o estado teria economizado recursos na ordem de R$ 210 milhões. O governo ainda não sabe quais os setores que serão mais afetados com os cortes, mas deixou claro que os serviços básicos, como educação, saúde e segurança, não serão afetados.
“Os meses de julho e setembro são os piores meses de arrecadação. Estávamos programando essa discussão. Temos em andamento uma série de projetos e programas e há uma discussão sobre a possibilidade de diminuição dos serviços prestados à população, tendo os serviços mais essenciais preservados”, disse Márcio Stefanni. Essa nova meta de R$ 600 milhões, segundo o secretário, já vinha sido discutida, mas, por conta do cenário econômico adverso, o governo optou por acelerar a medida.
Os setores que serão atingidos com os cortes do governo ainda não foram revelados. Uma nova reunião deve ser agenda ainda semana com a cúpula do governo estadual para analisar, por exemplo, quais serão as secretarias mais afetadas com o ajuste. Paralelo a isso, cada secretaria do governo estadual terá que avaliar, nas próximas duas semanas, quais os setores que poderão ser ajustados com a falta de recursos. O governo promete reduzir, sobretudo, em cortes de custeios como pagamento de viagens e combustíveis.
O estado de Pernambuco é um dos mais prejudicados com efeitos da crise econômica, acentuada pela crise política provocada pela Operação Lava-Jato, que deflagrou desvios de recursos da Petrobras. Para se ter ideia, no final do ano passado a previsão de investimentos do governo de Pernambuco era de R$ 3 bilhões. Hoje, não passa de R$ 1 bilhão. (Com informações da repórter Julia Schiaffarino, do DP)