Após uma semana de acirramento da crise política no País, o governador Paulo Câmara (PSB) e o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), voltaram a se dizer preocupados com o cenário nacional. O governador defendeu que a presidente Dilma Rousseff (PT) precisa apresentar alternativas para superar “o agravamento de um quadro sensível”, onde não há entendimento.
“Se não houver realmente uma capacidade de diálogo e de liderança e de buscar alternativas, nós vamos viver momentos difíceis, o que não é bom para ninguém”, afirmou Câmara, ao dizer que este é o momento de buscar união. “O governo federal que precisa dar respostas, buscar iniciativas e dialogar. Todos os governadores estão à disposição (para ajudar)”, sinalizou o pernambucano.
Para o prefeito Geraldo Julio, a principal preocupação é que os desdobramentos da crise estão acontecendo muito rápido, com vários fatos novos surgindo todos os dias. “Acho que tem um processo muito rápido aí de piora do quadro. Nessa semana, isso avançou bastante. E a gente espera que rapidamente a cena política volte a ter estabilidade”, explicou o prefeito.
Integrantes da Executiva nacional do PSB, partido que adota uma postura independente no Congresso, Paulo Câmara e Geraldo Julio demonstraram disposição em colaborar com o governo para superação das dificuldades. O governador disse que como vice-presidente nacional do PSB tem conversado com muita gente, oferecendo suas ideias e defendendo a necessidade de superar as questões políticas. “O PSB não precisa ser convocado para isso. O PSB sempre esteve defendendo o País”, disse o prefeito, ao ser questionado sobre o pedido de união do vice-presidente Michel Temer (PMDB).
IMPEACHMENT – Paulo Câmara também afirmou não ver elementos para um possível impeachment de Dilma, possibilidade que vem sendo ventilada pela oposição. “Nas informações que eu leio e que passam, não. Agora, é necessário realmente que se tome iniciativas, que se busque virar essa página e entendimentos para superar essa questão. Porque está cada vez mais difícil o momento político no nosso País”, alertou.
De acordo com Geraldo Julio, o PSB ainda não tirou uma posição sobre o tema. “O impeachment não é só uma questão do posicionamento dos partidos. Isso depende das questões legais, da própria população e da mobilização social”, ponderou.
Sobre a possibilidade de o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) assumir a presidência da Câmara no lugar de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um dos pivôs da crise, o governador lembrou que não se pode afirmar nada no cenário político atual. “O ex-governador Jarbas é um quadro que pode preencher qualquer vazio, qualquer cargo que, com certeza, ele vai cumprir o seu papel, como cumpriu em tudo aquilo o que ele fez em sua vida pública”, elogiou.