Integrantes do governo Dilma Rousseff e líderes do Congresso Nacional receberam análises detalhadas das últimas pesquisas que analisaram a aprovação à gestão petista e avaliam que a popularidade da presidente ainda pode piorar nos próximos meses. Segundo essas avaliações, Dilma provavelmente baterá todos os recordes nacionais de impopularidade.
O raciocínio é o seguinte: 90% da população condena a política monetária do Banco Central e os juros deverão ter aumentos na próxima reunião do Conselho de Política Monetária. Cerca de 80% da população obviamente repreende o nível de desemprego no país, e o índice deve aumentar no segundo semestre com o agravamento da recessão. Já 86% criticam a inflação alta. As previsões indicam uma taxa de 9% no final do ano.
A curva de impopularidade da presidente acompanha a desconfiança do consumidor que também bateu recorde negativo na última avaliação, especialmente nas faixas mais jovens da população. Com mais queda no consumo, como visto na crise que atinge as montadoras, a taxa de reprovação de Dilma deve ter outro recorde negativo. Ela tem hoje apenas 9% de aprovação.
A notícia de que o fundo do poço ainda não chegou preocupa porque Dilma não tem muita margem de manobra para enfrentar a crise de credibilidade de seu governo. Derrotada sucessivamente no Congresso Nacional por falta de uma coordenação política, ela testemunha o desmoronamento da sua base de sustentação política.
O PMDB tem avaliado se afastar definitivamente do governo. Com a impopularidade cada vez maior, as vitórias do governo no Congresso diminuem. Nenhuma medida impopular – que momentos de crise exigem – será facilmente aprovada no Legislativo.
No meio desse redemoinho político, informações do Tribunal de Contas da União (TCU) indicam que aumentou a probabilidade de rejeição das contas da presidente Dilma de 2014. Se confirmada, a decisão vai gerar repercussão negativa na mídia e a palavra impeachment voltará ao noticiário.
A eventual rejeição das contas se somará às sucessivas notícias da Lava Jato e ao agravamento da crise econômica, alimentando a impopularidade de Dilma. É este o diagnóstico para o qual o governo busca remédio. (Por: Matheus Leitão-G1)