Muito lúcida e oportuna a matéria intitulada apertem os cintos, do economista e consultor Sérgio C. Buarque, que circulou no caderno político do Jornal do Commercio, semana passada.
No início do texto o autor comenta: “o governo sumiu. E não tem ninguém a bordo desta nave descontrolada com capacidade para pilotar e conduzir o Brasil a um voo seguro para o futuro. Turbulências sacodem e desestabilizam o país e o empurram em voo cego para o abismo”. Lamentavelmente, não há qualquer dose de exagero nas palavras ali contidas. Que o digam os últimos números de desaprovação do governo central, notadamente no Norte e Nordeste, regiões do país onde a presidente Dilma teve votação expressiva frente ao seu opositor; que o digam os escândalos desvendados pela operação Lava Jato e que, perigosamente, se aproximam cada vez mais do Planalto; que o digam os auditores do TCU – Tribunal de Contas da União que exigem a todo custo notas explicativas da nossa presidente sobre as manobras contábeis feitas em seu último exercício financeiro (2014), ferindo frontalmente a LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal.
Diante de tantos desastres é possível alguém de bom senso acreditar que o Brasil aguentará mais três anos e meio sem governo, até as eleições de 2018?
E o pior: o que se imagina em termos de mudanças? Quais seriam os candidatos ao tão cobiçado cargo de presidente?
Lula (de novo), José Serra, Aécio Neves, Marina Silva, Alckmin? Meu Deus, quanta crueldade com a nossa Pátria!
Certo mesmo é que as questões acima merecem bastante reflexão e que a presidente Dilma não tem a menor condição de recuperar a governabilidade. O que impera é a desconfiança da sociedade, a falta de apoio político no Congresso com o PT ressabiadoe o PMDB, partido do vice presidente Michel Temer, cada vez mais distanciado dos propósitos governamentais e se sentindo acuado diante de tantos desmandos e falcatruas.
Lá fora, também é visível o cenário de crises e incertezas com a Grécia dando default em seus credores, perdendo confiança e podendo ser expulsa da Zona do Euro; a China – que é a maior consumidora de aço brasileiro – parando de crescer e comprometendo mais ainda a nossa Balança Comercial e o frequente aumento do desemprego nos Estados Unidos, são fatores que corroboram (e muito) com a fragilidade das nossas forças podendo transformar a “marolinha” satirizada por Lula no seu governo em um grande Tsunami.
E desse aí só Jesus poderá nos salvar.
Por: Danizete Siqueira de Lima
Julho de 2015.