Um clima de apreensão e pânico tomou conta do Congresso Nacional na manhã desta terça-feira, depois dos mandados de busca e apreensão na casa de alguns parlamentares e ex-ministros do governo Dilma Rousseff. Entre eles, os senadores Fernando Collor (PTB-AL), Ciro Nogueira (PP-PI) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE).
A atmosfera de preocupação chegou até mesmo aos gabinetes das presidências da Câmara e do Senado, que tentam avaliar o que baseou a decisão do ministro Teori Zavascki que autorizou as buscas e apreensões.
A percepção em Brasília é que a operação desta terça da Polícia Federal coloca definitivamente os políticos no foco da investigação, já que até então a Polícia Federal centrava esforços para desvendar o esquema de propina entre a Petrobras e as empreiteiras.
“Para o Teori autorizar um mandado de busca e apreensão, precisa estar muito bem resguardado de provas, o que mostra que as delações já avançaram muito mais do que o esperado inicialmente”, desabafou ao Blog um senador que é alvo de investigação pelo STF.
Desde cedo, quando estourou a operação, senadores procuraram o presidente da Casa, Renan Calheiros. A reação inicial da Casa foi ensaiada pela Polícia Legislativa e pela Advocacia-Geral do Senado, que criticaram a forma como foram realizadas as buscas e apreensões. Mas a percepção no Congresso é que a operação Politeia foi apenas um primeiro movimento em que deixará a classe política no foco principal do trabalho da Procuradoria-Geral da República a partir de agora. (Blog do Camarotti)