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OPINIÃO DO PERNINHA

perninha (1)O peso da carga tributária

Findo o mês de maio chegamos a mais uma triste conclusão: trabalhamos cinco meses do ano somente para pagar os impostos que nos são cobrados de uma forma desavergonhada.

De acordo com levantamento da Associação Comercial de São Paulo, o total de tributos pagos pela população e transferidos para os governos já somam, este ano, R$ 700 bilhões. O impostômetro registra R$ 4 bilhões por dia. A previsão é que no último dia do ano seja batida a marca de 2 trilhões em impostos, taxas e outras contribuições. É muito dinheiro. Se fosse gasto como deveria, teríamos de volta em serviços e investimentos a quantidade e a qualidade que a demanda requer para um país parecido com o dos nossos sonhos.

Imagine um país com um serviço público de saúde digno, em que as pessoas são atendidas quando precisam, realizam serviços emergenciais sem atrasos e têm sempre disponíveis os remédios de uso contínuo de graça, ou a preços módicos. Imagine um país com um avançado sistema educacional, onde o ensino público se destaca, em que os professores são valorizados pelo seu trabalho, os alunos evoluem de fato na aprendizagem, tornando-se comum a noção da importância do conhecimento e sua aplicação no desenvolvimento social e econômico. Imagine um país em que viver é algo prazeroso e seguro, pois seus habitantes têm a chance de fazer aflorar suas aptidões e aproveitar as oportunidades de ampliação de horizontes, num ambiente livre de violência generalizada e do estresse.

Com a arrecadação que temos, poderíamos oferecer todas as condições acima, além do acesso a moradia digna, segurança, saneamento básico para todos, água encanada, energia, lazer, enfim, assegurarmos um salário onde qualquer cidadão pudesse levar uma vida digna, sem ter que apelar para venda de votos, que humilha e denigre a sua imagem.

É estarrecedor sabermos que, de acordo com relatório divulgado em março, elaborado pela Organização para Cooperação Econômica (OCDE) e outras instituições, o Brasil ostenta a maior carga tributária da América latina. Em 2013, foi o único da região que amealhou mais recursos em impostos do que as nações ricas, servindo-se de uma carga acima de 35% do PIB. A média
nos 20 países estudados foi de 21%. Os impostos sobre o consumo, aqui, estão na casa de 32%, enquanto nos países ricos são da ordem de 20%.

É revoltante tomarmos conhecimento de que os nossos parlamentares abafaram há poucos dias a volta das passagens aéreas para os cônjuges de deputados e senadores, bancadas com o nosso suor. Semana passada a imprensa voltou a falar na construção de um Shopping que seria anexo ao congresso, com valor estimado em R$ 2 bi, por fazer parte de um compromisso assumido pelo presidente da casa, Eduardo Cunha, quando candidatou-se ao cargo.

A curto e médio prazo, não vemos uma saída crível para o país. Enquanto as tão propagadas reformas política e tributária não saem do papel e o nosso povo continua votando sem qualquer compromisso, seremos reféns dos oportunistas de plantão que se perpetuam no poder, acobertados por leis obsoletas e uma Constituição do “faz de conta”, a qual não é dada a menor importância.

Por: Danizete Siqueira de Lima


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