O Brasil todo vivencia debates profundos sobre os rumos da educação dos próximos dez anos. Amplamente debatidos com centena de entidades, coletivos e movimentos sociais em geral nas diversas etapas das Conferências de Educação, o Plano Nacional de Educação traçou as metas e diretrizes gerais para a educação brasileira.
Temas dos mais diversos para contemplar o universo de demandas e desafios que a educação brasileira aponta, vimos com muita estranheza movimentações contrárias às políticas de promoção de respeito e inclusão da diversidade sexual e identidade de gênero. Em alguns casos, presenciamos também dificuldades em aprovar textos que mencionavam à promoção de igualdade étnico-racial.
Em Pernambuco, por exemplo, na semana passada, a Assembleia do Estado de Pernambuco aprovou emenda de uma deputado fundamentalista Pastor Cleiton Collins (PP/PE) para retirar expressamente qualquer menção alusiva à diversidade sexual e de identidade de gênero. O mesmo processo ocorreu nas câmaras municipais de Caruaru e Garanhuns.
A votação para o Plano Municipal de Educação da cidade do Recife se aproxima. Guiados por orientação nacional, os setores fundamentalistas e conservadores expurgam o seu preconceito, intolerância e discurso de ódio ao tentar retroceder em conquistas históricas da Educação Brasileira.
É inadmissível realizar movimentações para excluir das políticas educacionais os debates sobre gênero, sexualidade e raça/etnia. É na escola onda a criança e o adolescente inicia sua vivência em sociedade e traça os primeiros debates sobre as questões subjetivas que os formam enquanto pessoas. Votar contra a retirada dos termos de gênero, raça/etnia e sexualidade é corroborar com a violência do quais setores minoritários diuturnamente sofrem. È corroborar para a exclusão sistemática da população transexual das escolas. É corroborar para o bullying dos/as gays, lésbicas e bissexuais. É corroborar para a intolerância racista contra as religiões de matrizes africanas também, além da discriminação contra negros e negras.
É justamente contra esse tipo de opressão e violência que o Partido dos Trabalhadores surgiu e levantou suas bandeiras. É na defesa e no respeito das diversidades e contra o racismo, machismo e a homo-lesbo-bi-transfobia que o PT vem se posicionando na sociedade e contribuindo na implementação de leis e políticas públicas destinadas aos referidos setores.
E, por isso, nós da Juventude do Partido dos Trabalhadores do Estado de Pernambuco orientamos nossas bancadas de vereadores a defender os planos municipais de educação com a inclusão do debate de gênero, sexualidade e étnico racial para que a educação cumpra seu papel emancipatório e transformador. Não iremos tolerar parlamentares nossos que sustentem o coro fundamentalista em atacar conquistas protagonizadas pelo nosso próprio partido.
Estaremos hoje a tarde na Câmara Municipal de Recife, pressionando todos os vereadores e vereadoras da cidade a votar pela cidadania e não pelo retrocesso medieval.
A nossa luta é todo dia. Resistiremos. Por uma educação que liberte e não aprisione, assim já dizia o companheiro petista Paulo Freire.
Juventude do PT – PE