O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, se reuniu nesta quarta-feira (13) com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, em Brasília. Acompanhado do secretário de Planejamento, Danilo Cabral, e do presidente da Compesa, Roberto Tavares, Paulo tratou de concessões e das obras hídricas do Estado.
O governador sugeriu a inclusão de Pernambuco no “pacote” de concessões públicas do Governo Federal, que incluirá rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. Quando esteve no Estado, na inauguração do Polo Automotivo Jeep, a presidente Dilma Rousseff informou que um dos trechos do chamado Arco Metropolitano poderá ser viabilizado por meio de uma concessão à iniciativa privada.
Além do Arco, outras áreas, como o Aeroporto Internacional dos Guararapes, também já foram citadas pelo Governo Federal como itens para o novo programa de concessões. A presidente Dilma Rousseff afirmou, no último dia 12, no Rio de Janeiro, que lançará um pacote de concessões nas próximas semanas. Ela disse que está analisando “minuciosamente” quais são as áreas que entrarão no pacote e “finalizando as formas de financiamento”. O anúncio deve ficar para a primeira semana de junho.
No setor hídrico, Paulo Câmara destacou um conjunto de obras prioritárias fundamentais para Pernambuco. “Este é o quarto ano de estiagem. Os mananciais estão cada vez mais baixos. Alguns municípios estão em colapso até na zona urbana”, alertou o governador.
Entre as obras destacadas na reunião, está a Adutora do Agreste, que necessita ter o fluxo de pagamento regularizado. A primeira etapa está orçada em R$ 1,2 bilhão. Desse total, foram liberados R$ 413 milhões. O ministro quis saber o estágio atual da construção da Adutora. A obra está 61% executada.
A construção e a recuperação de açudes de pequeno e médio porte também fizeram parte da pauta. Pernambuco tem um saldo de R$ 95 milhões a receber do Governo Federal. Foi listada ainda a implantação de sistemas simplificados de abastecimento d’água para comunidades rurais. O saldo a ser liberado é de R$ 138,7 milhões. Já a obra do Sistema Adutor do Agreste precisa da liberação de pelo menos R$ 300 milhões em 2015 dos R$ 832 milhões que faltam ser repassados.
Outra solicitação do governador foi a a liberação de R$ 80 milhões para a continuação da construção das barragens de Gatos, Panelas, Igarapeba e Barra de Guabiraba.
Do PAC Prevenção, voltado à redução do risco de desastres naturais, Paulo destacou a necessidade do início da construção da Barragem de Engenho Pereira, cujo saldo a liberar é de R$ 51 milhões. Esta barragem, no Rio Jaboatão, no município de Moreno, garantirá o abastecimento de água de Moreno e de parte da cidade de Jaboatão dos Guararapes. A obra tem o objetivo ainda de conter possíveis enchentes nesses municípios.
PRIORIDADES – O ministro Nelson Barbosa sinalizou positivamente ao pleito do Governo de Pernambuco, mas observou que o compasso é de espera em função do ajuste fiscal. “A presidente Dilma já colocou que é prioridade para ela a questão hídrica no Nordeste. O projeto do São Francisco é prioritário. Já estivemos com o ministro das Cidades e da Integração para analisar os recursos. Devemos ter um alongamento”. Também participou da reunião o secretário do PAC, Maurício Muniz.
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO – No final da tarde, o governador de Pernambuco teve audiência com o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo. Acompanhado da secretária estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Lúcia Melo, Paulo Câmara apresentou uma pauta de sugestões de parcerias com a União. De acordo com a secretária Lúcia Melo, o Governo de Pernambuco pretende, entre outras coisas, atrair centros de pesquisa e desenvolvimento de empresas, tanto nas cadeias já implantadas ou em estágio avançado de implantação, como, por exemplo, nos setores automotivo, naval, de petróleo e gás e energias renováveis.
“Podemos potencializar parcerias e criar outras, neste momento de crise. Temos o programa Ganhe o Mundo que pode também alavancar esforços no sentido do programa federal Ciências sem Fronteiras”, exemplificou Paulo, que também destacou para o ministro o fato de Pernambuco estar atraindo projetos de energia renováveis (eólica e solar). O governador considera fundamental para o futuro assegurar que “a inteligência produzida em Pernambuco fique em Pernambuco”, se referindo à permanência de quadros qualificados no Estado.
“Esta foi uma conversa de aproximação para tratarmos de parcerias, incentivos fiscais que podem ajudar a capitanear novos investimentos. Queremos angariar possibilidade de parcerias para recursos de curto, médio e longo prazo”, completou a secretária Lúcia Melo.
O ministro Aldo Rebelo disse que pretende estabelecer um cronograma de novas reuniões de trabalho com a equipe de Pernambuco. “Podem contar com a gente. A dificuldade não veio pra fazer morada. Vamos fazer um cronograma, ver o quanto precisamos e o quanto temos para fazer essas parcerias”. “A gente está num primeiro momento de aproximação. O ministro Aldo afirmou que vamos ter outros encontros. E trabalhar juntos mesmo num ambiente de escassez de recursos”, observou Lúcia Melo.