Durante uma discussão na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) sobre a violência no interior do Estado, o deputado Joel da Harpa (PROS), que é policial militar, defendeu que o programa Pacto Pela Vida, do Governo de Pernambuco, deixe de contabilizar como crimes violentos letais intencionais (CVLI) a morte de criminosos durante ações da polícia.
“Bandido que troca tiro com a polícia tem que morrer mesmo”, defendeu no plenário da Casa. Ele também chamou os criminosos de “marginais”. Entre janeiro e abril deste ano, o Pacto Pela Vida registrou 1.304 assassinatos em Pernambuco. O número é 11% superior ao de 2014.
Ao discursar logo após Joel, a deputada Teresa Leitão (PT) disse que o Estado tem o papel de defender as pessoas e não de matar.
Tanto Joel, quanto Teresa fizeram apartes ao discurso do deputado Álvaro Porto (PTB), que criticou o assassinato do vereador Reginaldo Falcão, em São João (Agreste), e o sequestro-relâmpago do vice-prefeito da cidade vizinha de Angelim, Josemir Miranda.
O deputado Romário Dias (PTB), que também comentou o pronunciamento, alfinetou o governo ao dizer que a questão talvez resultasse na contratação de uma consultoria.
Recentemente, o Governo do Estado anunciou a contratação de uma consulturia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para avaliar o contrato da Arena Pernambuco e sinalizou com a possibilidade de uma outra consultoria para analisar o Pacto Pela Vida.
Ao final da sessão, no tempo destinado exclusivamente às lideranças, o líder do Governo, Waldemar Borges (PSB), reagiu dizendo que a violência não pode ser vista de forma isolada e criticando a “omissão” do governo federal com a fiscalização das fronteiras brasileiras, permitindo a entrada do crack no País.
“Não sou de ficar nessa disputa do governo federal e estadual”, assegurou Waldemar no discurso.