Mestre em Gestão Pública com foco em educação, o vice-governador Raul Henry abriu, na noite dessa quarta-feira (8), o IV Congresso de Administração Pública, promovido pela Faculdade Associação Caruaruense de Ensino Superior (Asces), na cidade de Caruaru. O evento, que vai até hoje (9), tem como tema “Gestão Pública Educacional: Os desafios, as demandas sociais e as decisões dos gestores”.
Para uma plateia atenta e participativa, Henry fez um diagnóstico da educação pública brasileira, além de mostrar como é possível melhorar, utilizando como exemplo os melhores sistemas educacionais do mundo.
Segundo Raul, nos últimos anos, houve avanços inquestionáveis: ampliação da oferta de vagas, criação de sistemas de financiamento e de avaliação, além de melhoria dos indicadores quantitativos. “Mas a qualidade avançou muito pouco”, frisou.
O vice-governador colocou, ainda, o apartheid educacional que existe no país entre os alunos da rede pública e os alunos da rede privada. “Só para citar um exemplo, apenas 9,3% dos alunos do 3º ano do ensino médio possuem o conhecimento adequado em Matemática. Desses, 34,7% são de escolas particulares e apenas 4,9% são de escolas públicas”, destacou.
Raul Henry questionou o modelo de financiamento da educação básica brasileira. “Hoje, a União detém a maior parte do bolo tributário, mas são os estados e municípios que pagam a maior parte da conta da educação. Defendo que haja uma carreira federal suplementar para aumentar o salário dos professores, com responsabilização e meritocracia”, colocou.
Para reverter a realidade atual, Henry deu a receita dos países com os melhores índices educacionais. “Possuem um currículo nacional claro, com poucos itens e altas expectativas de aprendizagem; recrutam os melhores alunos para serem professores; pagam bem; têm uma formação inicial de excelência, um rigoroso estágio probatório, com certificação, e reconhecimento social.”