O vice-presidente da República, Michel Temer, presidente nacional do PMDB, afirmou nesta segunda-feira (13) que ficará “mais um pouco” à frente da presidência do partido. Ele foi questionado por jornalistas sobre a possibilidade de deixar o mandato na executiva nacional da sigla.
“Vamos examinar isso [a possibilidade de sair da presidência da sigla] logo mais adiante. Eu vou ficar mais um pouco”, declarou. Temer não informou por quanto tempo pretende permancer no posto.
Na semana passada, pessoas ligadas a Temer e o vice-presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), disseram que ele estudava deixar a presidência do partido para evitar acumular o mandato na sigla com a tarefa de articulador político no governo, função para a qual foi designado pela presidente Dilma Rousseff no último dia 7.
De acordo com o Blog da Cristiana Lôbo, a intenção inicial de Temer era que o senador Romero Jucá (RR) passasse a presidir o PMDB em seu lugar. Para isso, no entanto, seria necessário que se licenciassem os dois vice-presidentes do partido, o senador Valdir Raupp (RO) e a ex-deputada Iris Machado (GO). Jucá e Raupp estão entre os políticos investigados na Operação Lava Jato.
Momentos antes da declaração de Temer, o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB), afirmou que Temer havia comunicado internamente a membros do PMDB que não deixará o comando da legenda.
Eliseu Padilha deu as declarações após se reunir com Temer no Palácio do Planalto. “Michel não deixará a presidência do PMDB. Ele garantiu que não deixará a presidência do PMDB a um grupo de peemedebistas que têm interesse no assunto”, disse o ministro. Procurada pelo G1, a assessoria do PMDB não se pronunciou sobre o assunto.
De acordo com o Blog da Cristiana Lôbo, a preferência de Temer era que, com sua saída, o terceiro-vice-presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), assumisse o cargo. Porém, segundo o blog, o senador Valdir Raupp, primeiro-vice-presidente, decidiu que não abriria mão do cargo e a segunda-vice-presidente, a ex-deputada Íris Araújo (GO), também não.
Ao G1, Raupp havia dito que, se a saída de Temer fosse concretizada, ele aceitaria substituí-lo no comando da legenda – o senador de Rondônia já presidiu o PMDB entre 2011 e julho do ano passado.
Raupp disse também que Temer estudava deixar a presidência do partido por acumular as funções da Vice-presidência, da articulação política do governo e as responsabilidades para com a legenda.