O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque deixou a carceragem da Polícia Federal (PF) por volta das 5h desta quinta-feira (19) em direção à Brasília. Preso pela segunda vez desde segunda-feira (16), Duque será ouvido perante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, que começa às 9h30.
O ex-diretor da estatal saiu da PF sob escolta policial e seguiu em direção ao Aeroporto Afonso Pena. A PF não informou sobre o horário da decolagem.
Também foram convocados para a CPI os ex-presidentes da estatal Graça Foster e Sergio Gabrielli, além do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e dos ex-diretores da área Internacional Nestor Cerveró e Jorge Zelada.
Duque voltou a ser preso na deflagração da 10ª fase da Operação Lava Jato, devido a movimentações, no curso das investigações, de dinheiro depositado em contas no exterior. De acordo com a Polícia Federal, 131 obras de arte foram apreendidas na casa do ex-diretor. A convocação dele para depor na CPI foi aprovada pela comissão da Câmara no último dia 5.
A Lava Jato começou em março de 2014 e investiga um esquema bilionário de lavagem de dinheiro. A última fase foi batizada de “Que país é esse”. De acordo com os policiais, o nome faz referência a uma frase dita por Renato Duque quando foi preso pela primeira vez, em novembro de 2014.
Ainda na segunda, Duque foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Além do ex-diretor, outras 26 pessoas foram denunciadas pelos mesmos crimes, incluindo o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) João Vaccari Neto.
Devido à prisão dele, a CPI precisou enviar ofício ao juiz Sérgio Moro pedindo autorização para que ele fosse a Brasília depor. Uma decisão interna da Câmara, porém, proíbe a oitiva de presos nas dependências da Casa. Por conta disso, a comissão pediu que ele deponha na PF em Brasília.