A ex-candidata à presidência da República e ex-senadora Marina Silva foi eleita pelo jornal britânico “Financial Times” como “mulher do ano”, em sua última edição. Ao detalhar sua biografia, a publicação definiu Marina como uma política visionária e idealista que saiu “da pobreza e do analfabetismo” para concorrer por duas vezes à liderança do Brasil.
“O segredo de seu apelo é que ela convenceu os eleitores de que é uma espécie rara de política, aquela que acredita com sinceridade no que está dizendo”, destacou o jornal, salientando a origem humilde de Marina nos seringais da região amazônica.
O “FT” afirmou, ainda, que enquanto os concorrentes de Marina – referindo-se às eleições presidenciais – vendiam um pacote de políticas populistas, ela oferecia “uma visão mais holística do futuro”, defendendo o Brasil como uma “sociedade economicamente bem sucedida e respeitada no mundo por sua consciência social e ambiental”.
“Acrescente a isso que ela também é mulher e negra em um país em que ambos os grupos são pouco representados na política e ela parece capturar os votos de protesto no Brasil”, definiu o jornal.
O perfil de Marina também teceu uma comparação entre a visão da ex-candidata pelo PSB e o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, com quem ela rompeu laços políticos ao deixar o ministério do Meio Ambiente, durante o segundo mandato do petista.
De acordo com o ‘Financial Times’ , uma diferença fundamental entre a ex-senadora e Lula é que “enquanto ele vendeu o consumo de bens aos mais pobres como o mais alto ideal de seus oito anos de mandato, Marina enfatizou o desenvolvimento humano, particularmente a educação”.
O jornal também citou declarações do economista Eduardo Gianetti, um de seus conselheiros. (Estadão Conteúdo)