A defesa enfática de Dilma Rousseff à presidente da Petrobras, Graça Foster, na manhã desta segunda-feira (22) foi interpretada no Palácio do Planalto como uma blindagem pontual num momento em que a estatal está na berlinda. Em um café da manhã com jornalistas na sede do Executivo federal, a presidente reeleita afirmou que, na visão dela, não há necessidade de retirar Graça do comando da petroleira.
Apesar da manifestação pública de apoio à presidente da Petrobras – na qual a petista ressaltou que não pretende “alterar a diretoria” da empresa –, auxiliares de Dilma advertem que isso não significa que Graça permanecerá no comando da estatal por muito tempo.
No encontro com os jornalistas no Planalto, chamou atenção a ênfase feita por Dilma para defender Graça Foster dos ataques, e o esforço para separar a presidente da Petrobras do escândalo de corrupção na empresa. Ela fez isso um dia depois de o Fantástico exibir entrevista exclusiva com a ex-gerente da Petrobras Venina Velosa da Fonseca, na qual disse ter relatado pessoalmente a Graça Foster as denúncias de corrupção na estatal.
“A presidente Dilma não vai tirar Graça Foster por corrupção. Enquanto esse tema estiver na pauta, Graça não sai. Dilma sabe que a situação da Graça é difícil. E que ela terá que substituir o comando da Petrobras. Mas vai fazer isso no tempo dela. E não no tempo do mercado e da mídia”, observou o auxiliar da presidente da República.
Como registrou o Blog na semana passada, há no governo federal uma preocupação com os sinais de que a Petrobras deve perder o grau de investimento pelas agências de classificação de risco. É a credibilidade da atual direção da estatal junto ao mercado que está em jogo. E a capacidade da própria Graça para reverter o jogo.
Cheguei a perguntar sobre isso a Dilma: de que, atualmente, o problema de Graça Foster seria de credibilidade. Depois de dizer que conhece a seriedade e a lisura de Graça Foster, a presidente afirmou não ver nenhuma falta de credibilidade da gestora da estatal, ao contrário do que considera o mercado financeiro e investidores.
Mas Dilma deixou escapar um comentário: há “um clima muito difícil para ela”. (Blog do Camarotti)
