Foi no comitê do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) que ele, a vereadora do Recife Aline Mariano (PSDB) e os deputados estaduais Terezinha Nunes (PSDB) e Antônio Moraes (PSDB), além de diversos militantes pró – Aécio Neves receberam a notícia que o tucano perdeu as eleições presidenciais para Dilma Rousseff (PT). Um telão montado na área externa do comitê, localizado na avenida Rui Barbosa, ligado na Globo News atualizava as informações com os números das urnas apuradas no Brasil e desmanchava a esperança de quem torcia pelo PT fora do governo.
Antes que qualquer resultado começasse a ser divulgado o senador Jarbas Vasconcelos, opositor ferrenho do PT ao longo destes 12 anos, comentou que o percentual final seria apertadíssimo, apostou na vitória de Aécio e fez previsão sobre os desafios do eleito. “Seja quem for o vencedor, quem ganhar, e eu espero que seja Aécio, vai encontrar, infelizmente, um país dividido eleitoralmente. O próximo presidente terá que saber administrar isso”, afirmou Jarbas. Ele contou que foi convidado por Aécio para acompanhar o resultado lá em Minas Gerais ao lado dele, mas preferiu ficar. “Ninguém chama ninguém para ver velório. Ele está muito confiante que ganhará”, disse.
Quando o TSE começou a divulgar o resultado: Dilma com 51% e Aécio com 49,9% e o Nordeste apurado apenas 89% das urnas, os tucanos começaram a perceber que seria irreversível. Então o desânimo começou a aparecer através de falas de militantes no local que xingavam “povo burro” e outros que reproduziam o rótulo de que “tudo era culpa do Bolsa Família”. O senador Jarbas, por exemplo, foi um dos que atribuiu ao maior programa social do PT o resultado das urnas, mas quando soube que Aécio não havia ganho nem mesmo em Minas Gerais (2º maior colégio eleitoral), terra natal do presidenciável, vitrine da sua campanha, mudou o discurso e atribuiu a derrota em Minas à justificativa para derrota de Aécio no Brasil. “Se ele tivesse ganho lá com um percentual grande, seria presidente do Brasil”, avaliou.
Enquanto alguns se despediam do senador, dizendo que “teremos que repensar”, outros analisavam que foi “a má escolha” de Aécio no candidato de Minas o fez perder. Marina Silva, ex-candidata que apoiou Aécio também não foi poupada. “Ela não ajudou em nada”, reclamavam em relação a transferência de votos dela para o tucano. Marina terminou o 1º turno em terceiro lugar, com 22 milhões de votos (21,32%).
Com o resultado consolidado e Dilma reeleita, Jarbas disparou: “Ela é rancorosa, não tem jogo de cintura, tem formação autoritária, como vai administrar o racha no país?”, questionou Jarbas. Na mesma linha Aline Mariano comentou: “A população deu o recado nas urnas e está dividida ao meio. Ou ela revê e acerta agora mais do que erra, porque ao meu ver ela errou mais que acertou até agora, ou vai continuar com um governo ruim. Ela vai ter unir o páis porque a metade da população está sorrindo e a outra metade chorando com este resultado.” (Ana Luiza Machado – Diário de Pernambuco)