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EVASIVA, DILMA FALA QUE “ACREDITA NO BRASIL”

A presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), falou, falou, fez cara feia, contestou os apresentadores e, no final, perdeu 15 preciosos minutos no principal programa jornalístico brasileiro – o Jornal Nacional, da TV Globo – para esclarecer as denúncias de corrupção no Governo Federal, os problemas na saúde e a economia bamba que o Brasil apresenta atualmente. Ainda usou o “eu acredito no Brasil” para se contrapor ao “eu não desisto do Brasil”, cunhado pelo então presidenciável Eduardo Campos (PSB), na entrevista para o mesmo noticiário, na semana passada.

Jogando com o regulamento debaixo do braço, como se estivesse administrando os índices das pesquisas que a colocam na dianteira da disputa eleitoral, a presidente foi evasiva durante quase todo o programa. em uma tática de ligar o automático, falar e ignorar os apresentadores William Bonner e Patrícia Poeta, que tiveram o pior desempenho das três entrevistas.

Isso foi demonstrado logo na primeira pergunta, quando questionada sobre os casos de corrupção no Governo Federal e o por que de ter tanta gente desonesta na administração federal. Ele alfinetou os tucanos, afirmando que, no seu Governo, há um procurador-geral da República, e não um “engavetador-geral”, numa referência ao apelido dado ao então procurador no Governo FHC Geraldo Brindeiro.

Ela também citou outros feitos da sua gestão, como a autonomia à Polícia Federal, a criação de corregedoria e uma série de outras medidas, mas foi fiel à tática de fugir da pergunta.

Ainda sobre corrupção, quando questionada sobre a sua posição diante a postura dos integrantes do partido, que criticaram o Supremo Tribunal Federal no episódio do mensalão, tratando os condenados como heróis, a presidente mais uma vez saiu pela tangente. Disse que a Constituição proíbe que o chefe de um Poder critique os outros.

Quando o tema saúde entrou em debate, a presidente foi obrigada a admitir que, após 12 anos de gestão petista, o País o setor ainda deixa a desejar. “Não acho (que esteja minimamente razoável), até porque o Brasil precisa de uma reforma federativa. Há responsabilidades municipais, estaduais e federais”, disse a presidente, que prosseguiu citando o programa Mais Médicos. “(A falta de médicos) nós assumimos como (uma responsabilidade) federal porque temos mais recursos.”

Com respostas muito longas, sem permitir que os apresentadores a interrompesse, a presidente contestou os dados apresentados em uma pergunta sobre a economia brasileira. “Nós enfrentamos a crise pela primeira vez no Brasil não desempregando, não arrochando o trabalho e não aumentando os tributos.”

No encerramento, Dilma afirmou que quer permanecer no cargo para que o Brasil “continuar a ser um país de classe média”.

Diferentemente das entrevistas com Aécio Neves e Eduardo Campos, a presidente ainda contou com alguns segundos a mais para fazer as suas considerações finais. E no balanço das entrevistas, a presidente, por todas as evasivas, foi a que deixou mais a desejar entre os três candidatos ao Palácio do Planalto. Mas foi a estratégia dela para escapar de temas espinhosos. 


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