O Palácio do Campo das Princesas já recebeu a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, ambos do PT, algumas vezes. O que eles não poderiam imaginar é que retornariam ao prédio histórico em uma situação de grande comoção como o velório do ex-governador Eduardo Campos. Os petistas chegaram à sede da administração estadual na manhã de ontem para assistir à missa de corpo presente e foram recebidos com uma pequena vaia, logo sufocada por aplausos.
Lula chorou bastante e ficou perto dos familiares de Eduardo. Ele cumprimentou Renata Campos, viúva do socialista, abraçou os filhos do casal e pegou o caçula Miguel, nascido em janeiro, nos braços. O gesto de carinho resultou em aplausos intensos. Dilma, que esteve no Palácio em julho para o velório do escritor Ariano Suassuna, também prestou sua solidariedade à família Campos, mas não ficou tão próximo da viúva e dos filhos de Eduardo. Os petistas foram embora logo após o fim da missa e não ficaram para o sepultamento do corpo do ex-governador.
As vaias direcionadas a Dilma não ocorreram apenas em frente à sede do governo. Um interlocutor do Palácio afirmou que a presidente também foi vaiada ao passar por dentro do Palácio. As vaias teriam sido de parentes e amigos de Eduardo como resquício da disputa presidencial em que Eduardo e a petista, aliados até 2013, tornaram-se adversários. Marina Silva, que era candidata a vice na chapa de Eduardo, ficou perto da família Campos todo o tempo e se mostrou muito abalada.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), rival de Eduardo na corrida presidencial, acompanhou a missa de corpo presente ao lado do caixão do ex-governador. O tucano cumprimentou Marina com um carinhoso beijo na testa. Entre os espectadores, o ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), o atual governador Geraldo Alckmin (PSDB), o senador Cristóvam Buarque (PDT-DF), o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT) e o senador Agripino Maia (DEM-RN), entre outros integrantes de partidos diversos.
O governador João Lyra (PSB), o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), e Paulo Câmara (PSB), candidato ao governo estadual apoiado por Eduardo, também ficaram perto da família Campos. Paulo era um dos mais emocionados. Outros políticos locais, entre ex-governadores, deputados estaduais e federais e prefeitos de diversas cidades foram se despedir do socialista.
O senador Cristóvam Buarque acompanhou o cortejo entre o Palácio do Campo das Princesas e o Cemitério de Santo Amaro no chão. “Ajuda muito a agente sentir a força do povo diante da tragédia. A grande maneira de demonstrar a importância de Eduardo é não deixar parar as bandeiras dele, lutarmos para dar continuidade”, afirmou.(JC Online)