A grande frente que dá sustentação à pré-candidatura de Paulo Câmara (PSB) ao governo estadual está gerando conflitos. As insatisfações estão partindo das bases municipais, já que Paulo tem representação de grupos políticos distintos em mais de 100 municípios, segundo cálculos dos socialistas. Nos bastidores, a reclamação dos deputados estaduais é de que os prefeitos já pressionam o grupo governista sobre o apoio no pleito municipal de 2016. Há bases em que mais de um parlamentar tem atuação e nesses locais os grupos são divididos de acordo com as lideranças municipais.
Como Paulo Câmara tem uma frente ampla lhe apoiando, não há como fechar acordos para a eleição municipal e isso tem deixado os prefeitos e deputados preocupados. Em Carpina, por exemplo, há um leque grande de proporcionais dando apoio à Paulo, a exemplo de Manoel Botafogo e Cássia do Moinho, além do atual deputado estadual Antônio Moraes (PSDB). Em Vitória do Santo Antão e Caruaru o cenário é semelhante, além de inúmeras outras bases.
É esse problema que tem influenciado na participação dos proporcionais na pré-campanha de Paulo. Na noite da última segunda-feira, a cúpula do PSB, junto com o postulante, reuniu a bancada de deputados estaduais governistas (26 estiveram presentes), além de sete prefeitos da Região Metropolitana do Recife, para pedir mais esforços dos aliados.
Além desse fator, outro problema tem agitado os bastidores da frente governista. Os deputados reclamam que até o momento a coordenação de campanha de Paulo Câmara não tem atuado da forma esperada. Alguns parlamentares reclamam que não sabem a quem recorrer quando o assunto é eleição. Os coordenadores setoriais não são conhecidos pelos parlamentares. Além disso, eles não estariam entrando em contato com os proporcionais para articular as agendas de Paulo nas respectivas bases eleitorais.
Ontem, Paulo se reuniu com alguns prefeitos do interior e hoje terá reunião com os vereadores governistas do Recife.
