O Batalhão de Choque, o Regimento da Polícia Montada e a Companhia Independente de Policiamento com Cães da Polícia Militar fizeram um bloqueio no Cais José Estelita, área central do Recife, no início da manhã desta terça-feira (17) para cumprir o mandado de reintegração de posse do terreno. Quem passou pelo local pela manhã pode ouvir os barulhos de bombas de efeito moral e fumaça perto das barracas da ocupação. Pelo menos uma pessoa saiu ferida e outras duas foram retiradas do local desmaiadas. Os integrantes do movimento Ocupe Estelita afirmam, em nota nas redes sociais, que a PM teria “descumprido todos os acordos firmados com a Secretaria estadual de Defesa Social e com a Secretaria de Direitos Humanos, bem como o Ministério Público”. Um bloqueio policial foi montado na altura do Cabanga e nenhum carro pode entrar na avenida do Cais.
“Descumprindo todos os acordos firmados com a Secretaria estadual de Defesa Social e com a Secretaria estadual de Direitos Humanos, bem como o Ministério Público, a Polícia de Choque está na ocupação, com homens armados e cavalaria. Peço reforço imediato dos advogados com atuação na defesa de direitos humanos. Se houver qualquer incidente de violência no cumprimento ilegítimo desse mandado vamos responsabilizar o governador pelos abusos. Até ontem à noite tínhamos a certeza de que o mandado não seria cumprido passando por cima dos protocolos estabelecidos em acordo firmado com o movimento e com os demais participantes”, informou a advogada Liana Cirne Lins, integrante do movimento.
O documento da Polícia Militar afirma que a intenção é apoiar a oficial de justiça designada para cumprir a decisão do juiz, conforme trecho reproduzido abaixo:
“Na manhã de hoje (17), policiais militares do 16º Batalhão, que tem sede no bairro de São José, Centro do Recife […], iniciaram a operação para garantir o cumprimento da decisão judicial que determina a reintegração de posse de imóvel no Cais José Estelita. A operação policial […] visa apoiar preventivamente, com o uso de força policial, a oficial de justiça designada para cumprir a decisão expedida pelo juiz de Direito Márcio Aguiar, relator substituto do processo. A expectativa da Polícia Militar é que os ocupantes do imóvel atendam de forma pacífica a decisão do poder Judiciário”.