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CAMPANHA AGORA É ‘DA ESPERANÇA CONTRA O ÓDIO’, AFIRMA LULA

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo (15) que o PT deverá neste ano fazer uma “campanha da esperança contra o ódio”, ao falar sobre críticas contra o partido e a presidente Dilma Rousseff. Durante convenção que oficializou o ex-ministro Alexandre Padilha como candidato ao governo de São Paulo, ele também disse que a campanha deverá ter “uma boa dosagem de debate ideológico nesse país”.

“Nós estamos fazendo uma campanha atípica, perigosa, porque se em 2002 fizemos uma campanha da esperança contra o medo, agora é da esperança contra o ódio”, afirmou Lula, se referindo a xingamentos de parte da torcida a Dilma no jogo de abertura da Copa. “Foi falado palavrão de um setor em que as pessoas não sabem o que é a palavra ‘calo na mão’, porque aquelas pessoas tinham cara de tudo, menos cara de trabalhadores desse país”, afirmou.

Apesar da presença de Lula, do prefeito Fernando Haddad e do senador Eduardo Suplicy, que busca a reeleição, o evento não contou com presidente Dilma Rousseff, que cancelou a viagem na tarde de sábado (14) e permaneceu em Brasília.

Lula disse que o sentimento negativo em relação ao PT vem da “elite conservadora”, segundo ele, incomodada com a ascensão social. “Não todos, mas algumas pessoas se incomodam com pobre entrando em restaurante, ou passeando no Parque Ibirapuera, indo para o teatro, agora que temos o vale-cultura, andando de avião. Uma parte do ódio está nisso e não é de toda elite, não, mas é de uma parte conservadora”, afirmou.

Após mencionar realizações de várias administrações locais e estaduais do PT desde sua fundação, Lula disse que o PT mudou o “padrão de governança” e “mostrou para a elite desse pais que a gente pode governar melhor do que eles”.

Em boa parte de seu discurso, Lula criticou os governos do PSDB e rebateu declarações dos adversários realizadas neste sábado na convenção que oficializou a candidatura de Aécio Neves à Presidência da República.

“Agora, ontem o candidato dizia ‘Vai ter um tsunami que vai varrer o PT do Brasil’. Ora, por que que eles não colocam o tsunami para trazer água de volta para o Sistema Cantareira, que seria muito mais fácil, que estaria ao alcance deles?”, afirmou, em referência à crise no abastecimento de água na capital paulista.

Em outro momento, Lula abordou a corrupção, dizendo que “tem muita gente do PT que fica agoniada” com o tema e “que deixa muita gente com vergonha”. O ex-presidente então disse que o governo petista foi o que mais criou mecanismo de combate à corrupção, argumentando que investiu na Polícia Federal para investigar e garantias ao Ministério Público.

Depois, sem citar o nome, fez uma referência ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “Ainda ontem na convenção deles vi o ex-presidente falar com a maior desfaçatez ‘é preciso acabar com a corrupção’. Ele devia dizer quem é que estabeleceu a maior promiscuidade entre Executivo e Congresso Nacional quando ele começou a comprar voto para ser aprovada a reeleição em 1996”, afirmou.


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