No primeiro mês de João Lyra Neto como governador, o Pacto pela Vida amargou 20% de aumento no registro de assassinatos em Pernambuco. Abril fechou com 295 crimes violentos letais intencionais (CVLIs), terminologia usada para designar os homicídios. Foram 50 mortes a mais do que o saldo do mesmo período do ano passado. É o pior desempenho de abril desde 2011, quando o Estado ainda tentava ficar abaixo da meta de 300 homicídios/mês.
Pernambuco também contabilizou mais assassinatos em março, último mês de Eduardo Campos como governador, no comparativo com 2013. Foram 310 homicídios, num aumento de 8,7%. Na área de segurança pública, Eduardo despediu-se com o pé esquerdo. João Lyra entrou em campo com o mesmo pé.
O desempenho negativo do programa de enfrentamento à criminalidade nos últimos dois meses puxou para baixo o resultado do primeiro quadrimestre do ano, frustrando a expectativa do governo e da sociedade. Nos quatro primeiros meses de 2014, foram 1.122 assassinatos, contra 1.081 no ano passado.
Na defesa que costuma fazer do Pacto pela Vida, tanto no Estado quanto Brasil afora, Eduardo Campos sempre o cita como algo além de um mero programa de combate à violência. Refere-se a ele como política pública de segurança.
Ao longo dos anos, o ex-governador fez da necessidade de reduzir as taxas de homicídios mais do que uma meta de governo. Tratou-a como uma obsessão pessoal. Sabia que o resultado positivo na área seria crucial para planos futuros. Focou toda sua conhecida determinação para o tema.
Mas, para que o Pacto se firme como política pública de segurança, será preciso que os resultados positivos persistam independentemente da sucessão na cadeira de governador.(JC Online)