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ESTUDANTES LOTAM CINETEATRO SÃO JOSÉ PARA PARTICIPAR DE DEBATE SOBRE O GOLPE DE 64

O cineteatro São José recebeu um excelente público ontem (06) à noite para um debate sobre as marcas do golpe militar de 1964 no Pajeú e no Brasil. O debate abriu a 7ª Semana de atividades científicas promovida pela autarquia municipal de ensino superior (AEDAI/FAFOPAI).
Participaram como debatedores, o Professor Manoel Morais, mestre em ciência política pela UFPE e membro da comissão estadual da memória e da verdade Dom Hélder Câmara, o Professor e historiador Saulo Gomes e o Prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota. A plateia, formada por mais de 500 alunos dos cursos de Matemática, História, Letras e Pedagogia, pode participar ativamente fazendo perguntas aos expositores.
No início de sua fala, o Profº Manoel Morais exibiu um vídeo-documentário mostrando o período que antecedeu ao golpe, os desdobramentos deste e a resistência dos diversos grupos de esquerda à ditadura instalada. Saulo Gomes, com seu conhecido estilo bem-humorado, abordou a importância do ex-presidente João Goulart para importantes conquistas dos trabalhadores, a exemplo do 13º salário. Segundo ele, Jango, como o ex-presidente era mais conhecido, “foi um dos homens mais injustiçados deste Brasil.”
O Prefeito José Patriota foi convidado por ter iniciado sua militância política ainda jovem, primeiro nos grupos da Igreja, depois na fundação do MDB, partido que fazia oposição ao regime militar. Patriota destacou a importância de homens como Dom Francisco, Bartolomeu Genésio e Francisco Alberto (Beto de Bião) na organização das lutas populares em Afogados da Ingazeira. Patriota lembrou também do MEB (Movimento de Educação de Base) criado pela Igreja Católica para auxiliar na educação do povo. “Educação na perspectiva transformadora, para construção da cidadania. A Rádio Pajeú foi fundamental nesse processo de libertação do nosso povo.”
Em 1982, o Prefeito José Patriota foi preso pelos militares, na sede da Rádio Pajeú. O Crime? Pichar alguns muros pedindo terra, comida e trabalho para a população que sofria com uma das mais devastadoras secas de sua história. Na época, Dom Francisco liderou um movimento de vigília em frente à cadeia pública de Iguaracy, onde Patriota estava preso, para pedir sua libertação.

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