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OPINIÃO DO PERNINHA

O peso da substituição.
Quando falamos em substituição de governo, que se afasta por força de candidatura a novos cargos eletivos, não temos como evitar a lembrança de Carlos Wilson. Ele, que foi vice de Miguel Arraes, e que na opinião de muitos críticos, estaria fadado a sobreviver politicamente à sombra de um mito, assumiu a administração estadual por um curto mandato, conseguiu se superar e afirmar-se como um governante capaz de construir a sua própria marca.
Com a desincompatibilização do cargo para candidatar-se à presidência da República, Eduardo Campos passou, no início deste mês, o seu bastão para o vice governador João Lyra, que deverá comandar os destinos do Estado até o dia 31 de dezembro, ou seja, um período inferior a oito meses, no qual, a grande maioria torce para que o vice faça um bom trabalho dando sequência às realizações das obras deixadas pelo seu antecessor.
De sã consciência, acreditamos que não será nada fácil. Lyra herda um conjunto de obras e de empreendimentos como Pernambuco jamais sonhou. Com base em um editorial do Jornal do Comércio do último dia 12, “Suape de Eduardo Campos é o mesmo que foi idealizado e instalado por Eraldo Gueiros e consolidado por todos os governantes que o sucederam, contudo, não se trata apenas de um complexo industrial-portuário, mas de um espaço onde está quase toda vitalidade econômica de Pernambuco, apontando para um futuro ainda mais dinâmico, quando se tornar definitiva a construção da refinaria e Suape, a produção naval, e a distribuição da montadora de automóveis que está a um passo de virar realidade”.
O que poderá acrescentar João Lyra a esse canteiro de grandes empreendimentos? O primeiro grande teste de fogo será a imagem que Pernambuco terá durante e após os jogos da Copa do Mundo. Quando o evento começar, o governo terá pouco mais de dois meses, mas ninguém lembrará desse detalhe. Todos irão desejar que o Estado funcione. E bem. A expectativa é que circulem por aqui cerca de 120 mil turistas estrangeiros, sem falar nos brasileiros. Por isso, uma das grandes preocupações de Lyra é a conclusão das obras de mobilidade, que impactam não só a movimentação dos turistas, mas, sobretudo, a vida dos moradores do grande Recife. Mesmo que o primeiro jogo só aconteça no dia 14 de junho, a previsão é que a rotina no Estado mude no início daquele mês, quando o turismo estará em alta por força das tradicionais festas juninas.
O desafio é grande e a maior expectativa gira em torno do impacto negativo pelas obras não concluídas. É difícil imaginar que em tão pouco tempo ele possa deixar uma marca pessoal tão forte quanto a que foi deixada por Eduardo Campos. Mas é preciso admitir que o novo governador é um político experiente e que conhece como poucos a máquina administrativa estadual, exatamente porque esteve dentro dela durante todo o percurso do ex-governador.
Assim sendo, não estranhemos caso ele surpreenda e crie a sua própria patente, como outrora aconteceu com o substituto Carlos Wilson.

Danizete Siqueira de Lima

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