O deputado federal José Aníbal (PSDB-SP) rebateu, no início desta tarde de sexta-feira (25), as denúncias apresentadas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) que dê continuidade às investigações com relação a ele no caso do cartel dos metrôs de São Paulo. Aníbal deixou o cargo de secretário estadual de Energia no início deste mês, quando reassumiu o mandato de deputado federal.
De acordo com o deputado, o procurador-geral foi “leviano” e “cometeu erros graves” no pedido de investigação.
Janot enviou, no início deste mês, um ofício ao ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, apresentando indícios contra o parlamentar. Segundo ele, ex-diretor da Siemens, Everton Rheinrheimer, delator do cartel, apontou, em depoimento, “indícios de envolvimento do deputado federal José Aníbal, na medida em que relata ter sido avisado que, com a saída de Rodrigo Garcia da presidência da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, deveria passar a tratar com o deputado José Aníbal, que passara a ser responsável pelos contatos políticos e pagamentos de propina”.
Aníbal, por sua vez, disse que a denúncia foi fundamentada sobre uma falha básica, mas grave, que poderia ser corrigida com uma busca simples na internet. Ele afirma que nunca foi deputado estadual e, portanto, é impossível que tenha ocupado o cargo na comissão da Alesp. “Eu nunca fui deputado estadual, nunca, nem candidato. No entanto, é inacreditável que, com base nisso, o procurador encaminhe para o ministro Marco Aurélio, pedindo que prossiga a investigação sobre mim, porque existem indícios que possam me comprometer”, protestou.
O nome de José Aníbal surgiu nas denúncias no fim do ano passado, quando um documento apócrifo que o citava foi entregue pelo deputado estadual Simão Pedro (PT-SP) ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e posteriormente repassado à Polícia Federal.
À época, o deputado disse que o documento era falso e havia sido adulterado para que seu nome fosse incluído.
Em seu pronunciamento para um plenário vazio na manhã de hoje, o deputado chamou José Eduardo Cardozo de prevaricador, Simão Pedro de falsário e Everton Rheinrheimer de bandido. “Esse é um novo dossiê petista contra adversários políticos para difamar, jogar lama e tentar destruir a reputação de oposicionistas”, disse o parlamentar, que vai esperar uma decisão do ministro Marco Aurélio Mello para avaliar quais procedimentos tomar.(Blog do Magno Martins)