Bastante à vontade no papel de candidato da oposição pelo governo do Estado, o senador Armando Monteiro (PTB), desferiu algumas alfinetadas no adversário, o secretário estadual da Fazenda, Paulo Câmara (PSB), e no ex-aliado, governador Eduardo Campos (PSB). Em entrevista a Rádio JC News nesta segunda-feira (17), o petebista disse ser “estranho” que de uma hora para outro um personagem de bastidor, como costuma ser um secretário da Fazenda, esteja na linha de frente em inserções na TV, em rádio e em vários eventos promovidos pelo governo.
“É um processo estranho. Ao tempo em que ainda exerce as funções de secretário da Fazenda, não se deve em princípio misturar essas posições. O secretário que é pré-candidato, e alguém que está no exercício da função, que é uma atividade meio e não propriamente finalística. É algo estranho”, analisou.
Confrontado com uma gravação de um depoimento do governador criticando a “falta de experiência eleitoral” da presidente Dilma Rousseff (PT), o senador devolveu: “É curioso porque esse discurso vale para Dilma e não vale aqui para identificar as credenciais do candidato da Frente. Doutor Paulo Câmara nunca disputou uma eleição, nem de vereador, deputado, nunca se submeteu ao processo eleitoral. Não tem qualquer experiência política. Eu concordo com ele sobre isso”, ironizou.
Sobre as cada vez mais frequentes acusações de “loteamento” de cargos pelo governo federal feitas por Eduardo Campos, pré-candidato ao Planalto, o senador lembrou que não acontece muito diferente no plano local. “Em Pernambuco, não se oferece participação no governo, cargos a esses que integram essa aliança? Agora há pouco, ao PSDB não foi dada uma serie de posições no governo? Aqui, essa participação se deu, em quase nada, em relação à governabilidade. Mas a algo que corresponde a um prêmio por participação nessa aliança”, argumentou, referindo-se às alianças construídas em torno da chapa governista do PSB.