Jarbas Vasconcelos (PMDB) lidera todas as pesquisas para senador, mas não será candidato. A decisão não foi tomada domingo na conversa que teve com o governador Eduardo Campos (PSB), mas amadurecida ao longo dos últimos meses na solidão do Planalto Central.
O senador tem um invejável capital político e potencial eleitoral, uma trajetória vitoriosa, entretanto perdeu forças para fazer a travessia do último de tantos desertos que apareceu a sua frente.
Político não sucumbe pelo tempo nem pela idade, embora sejam fatores que pesam. Político sai de cena, na verdade, quando deixa de fazer política.
É o caso de Jarbas. Desde a histórica e acachapante derrota para Eduardo em 2010 – 2,800 milhões de votos de frente – o senador mudou o foco da sua atuação, saindo da planície para o plano nacional.
O seu bom combate, como pregou o apóstolo Paulo, foi centrado numa oposição sistemática e implacável ao Governo Lula, derivando depois, consequentemente, para Dilma. Um samba de uma nota só para ser mais preciso.
Na segunda etapa do seu mandato – de 2010 para 2014 – o ex-governador optou por viver um autoexílio em no Planalto, exercitando a rotina da ponte aérea Brasília-Recife. Interior? Nem pensar!
Com isso, o zeloso senador perdeu o capital eleitoral, o que aos poucos foi inviabilizando qualquer voo político, mesmo num Boeing pilotado pelo governador Eduardo Campos, que em alguns municípios do Estado chega a 80% de aprovação.
Há quem diga que o seu discurso antiLula contribuiu também para afastá-lo da chapa governista no Estado, mas isso está muito longe de representar o cerne do problema: a sua acomodação política.
“Não há nada mais certo que nossos próprios erros. Vale mais fazer e arrepender-se, que não fazer e arrepender-se”, ensinou Maquiavel.
Vale para a decisão de Jarbas!
Por: Magno Martins