Com a proximidade da saída do governador Eduardo Campos (PSB) da gestão estadual para disputar a Presidência da República contra a presidente Dilma Rousseff (PT), os dois novos blocos políticos antagônicos no Estado – PSB/PSDB e PT/PTB – começam a radicalizar no debate na Assembleia Legislativa, agora sem meias-palavras e com troca de agressões. Os novos adversários tiveram o apoio imediato de seus atuais aliados.
Petistas e socialistas, ex-aliados, partiram para o confronto, nessa terça-feira, no plenário, com críticas mútuas às gestões estadual e nacional. Atual presidente do PT, Teresa Leitão subiu à tribuna para denunciar a crescente violência contra a mulher no Estado, cobrar do governo o cumprimento da lei do piso e acusar a gestão de “achacar” os professores com reajuste e Plano de Carreiras que achataram os salários. “Em 2006, Eduardo disse que a situação ia mudar. Quatro anos depois, manda um reajuste que achaca a categoria”, acusou.
Primeiro secretário da Casa, João Fernando Coutinho (PSB) deu o troco, abrindo novo debate agressivo ao provocar o PT. O socialista elogiou a estabilidade da moeda com os governos Fernando Henrique (PSDB) e disparou contra o desempenho da economia no governo Dilma, dizendo temer “mais inflação”, com fuga de investidores. “O Brasil chegou a um ponto em que não pode mais avançar. Há retração na economia”, apontou Coutinho.
Os pronunciamentos geraram de imediato retaliações. “Coisa feia na política é a ingratidão. Lula e Dilma estavam lá em cima. Agora, esquecem tudo”, rebateu Adalberto Cavalcanti (PTB). “V. Exa. não tem moral para falar em ingratidão. Foi beneficiado pela máquina do Estado. Sua esposa prefeita, também”, replicou Coutinho.
“V. Exa. saiu do tom. Não é assim o debate político”, rebateu Teresa Leitão. “Parabéns ao governo do Acre, único dos quatro do PT que cumpre a Lei do Piso”, ironizou o líder governista Waldemar Borges (PSB).
