As incertezas e o festival de acusações reforçam o temor de que o assassinato do promotor Thiago Faria Soares, em 14 de outubro do ano passado, na PE-300, entre Itaíba e Águas Belas, no Agreste, se transforme num novo Caso Serrambi. As estudantes Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão foram mortas em 2003, os kombeiros Marcelo e Valfrido Lira, acusados do crime, acabaram absolvidos, mas as dúvidas sobre o crime permanecem até hoje.
No crime de Itaíba, o advogado José Augusto Branco, que defende Mysheva Martins, noiva do promotor, rebateu ontem as acusações do fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa. Apontado pela Polícia Civil como mandante e considerado foragido, Zé Maria divulgou um vídeo – obtido com exclusividade pela TV Jornal anteontem – no qual afirma que foi Mysheva quem planejou a morte de Thiago. Zé Maria disse que ela teria pedido para que o noivo desacelerasse o carro após outro veículo cortar luz. Denunciou ainda que a mulher teria vendido cabeças de gado para pagar pistoleiros.
“Isso é estratégia de Zé Maria. Todo mundo conhece. Ele quer criar um novo Caso Serrambi, com acusações sem lógica. Essa questão de Mysheva ter entrado com uma ação de união estável, cadê esse documento? Além disso, ela poderia ter esperado para casar, né? Em relação ao gado, isso é conversa. O pai de Mysheva é pecuarista, trabalha com isso. E quem são os criminosos de que Zé Maria fala? Por que não aponta?”, indagou o advogado.(JC ONLINE)