Ex-candidatos a vereador que não conseguiram uma cadeira na Câmara do Recife circulam hoje pelos corredores da sede da Prefeitura. Ocorre que pelo menos 12 nomes que disputaram as eleições de 2012 foram alojadas, em cargos comissionados, na equipe do prefeito Geraldo Julio (PSB), eleito com a sustentação de 14 legendas.
Procurada pelo JC, a Prefeitura não informou o número exato de ex-candidatos com cargos em comissão, mas confirmou uma lista levantada pela reportagem, feita com base em confrontamento de dados do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) e do Portal da Transparência do município.
Conforme portarias publicadas no Diário Oficial, os ex-candidatos ocupam cargos de gerentes, coordenadores, gestores, assessores especiais e chefia de gabinetes. Este último é o caso de Geovane da Silva – conhecido como Vânio –, na Secretaria de Infraestrutura e Serviços Urbanos, e Paulo Roberto, na Secretaria de Governo e Participação Social.
Entre os 12 nomes levantados, sete atuam na Secretaria de Governo e Participação Social, do titular Sileno Guedes. Os demais estão distribuídos entre as pastas de Planejamento e Gestão, Infraestrutura e Serviços Urbanos, Empresa de Urbanização do Recife (URB) e Segurança Urbana.
Esta última abriga Jarbas Filho, herdeiro do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB). A retomada da aliança do peemedebista com o governador Eduardo Campos (PSB) – responsável por lançar Geraldo Julio candidato a prefeito –, marcou a eleição de 2012 no Recife. Jarbinhas, como é conhecido, é gerente de Articulação Comunitária desde setembro.
Segundo o Portal da Transparência, os salários dos ex-candidatos variaram no último mês de novembro entre R$ 2.300 e R$ 8.100, aproximadamente.
Dois deles não fizeram parte oficialmente da coligação de Geraldo Julio na campanha: João Agostinho (PHS) e Isaias Bastos (PT). Ambos integraram partidos da aliança costurada pelo senador e então candidato a prefeito Humberto Costa (PT).
De acordo com o secretário de Governo e Participação Social, Sileno Guedes, as nomeações de ex-candidatos não significam acomodação política. “Tivemos um conjunto de quase 500 candidatos a vereador que participaram da Frente Popular, em 2012, e têm alguns deles que estão trabalhando na administração. Mas não há posicionamento de que tem que contemplar. O critério (para as contratações) foi aptidão em cada área”, minimizou o secretário.