Quase três meses depois de decidir entregar os cargos no governo estadual, o PT deverá retomar a discussão sobre o tema. A presidente estadual deputada Teresa Leitão disse que o assunto entrará em pauta na próxima reunião do diretório, que está marcada para o próximo dia 18. Uma das prioridades da dirigente será determinar o cumprimento da decisão, que foi tomada em meados de outubro. Já nas gestões municipais onde o PT participa dos governos do PSB, a escolha ficará por conta do diretório local.
“Essa é uma pendência da direção anterior. Não houve nenhum recurso dessa decisão, então vamos buscar o seu cumprimento. A nível estadual, as direções vão analisar se vale a pena continuar, se haverá constrangimento. Nós podemos dar uma recomendação, mas não vamos intervir. Aparentemente, todo mundo (prefeitos) vai apoiar Eduardo. Podem ter situações diferentes, como Olinda, onde o vice-prefeito é do PT e o prefeito é do PCdoB e não sabemos como eles vão ficar”, afirmou. Teresa Leitão disse que não concordou com a decisão de entregar os cargos no Recife e Paulista, pois nos dois caso houve intervenção.
Estima-se que o PT tenha entre dez a 12 cargos de confianças na gestão de Eduardo Campos (PSB). Nessa conta, estão inclusos apenas nomes que ocupam cargos de direção ou segundo escalão, como é o caso de Oscar Barreto, secretário-executivo de Agricultura. Considerado mais socialista que petista, Oscar entregou uma carta de demissão ao governador Eduardo Campos alguns dias após a decisão do partido, mas não saiu da gestão alegando que Campos ainda não aceitou sua saída.
Neste mês de janeiro, Teresa Leitão estará dedicada às decisões do partido. Segundo ela, haverá uma reunião – ainda sem data marcada – com a bancada petista na Assembleia Legislativa para traçar os novos rumos do PT no Legislativo. “Estamos na oposição desde que Eduardo saiu do governo Dilma”, frisou. Está previsto para este mês o anúncio da Executiva, que será formada por 18 membros.(Jumariana Oliveira-JC)
