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MEMÓRIAS DE UMA TRAJETÓRIA DE LUTA E FORTALECIMENTO POLÍTICO

Entre os anos de 1998 e 2010, o trabalhador rural, que hoje atua como deputado estadual, Manoel Santos, esteve à frente da presidência da Contag. Antes disso, o sindicalista dedicou anos a atuação na luta pela criação e a evolução política da Confederação. Nesta entrevista, ele resgata alguns momentos importantes da trajetória de milhares de homens e mulheres rurais, que por meio da Contag, se transformaram em conquistas que levaram cidadania e qualidade de vida ao campo.
A conjuntura política nacional sempre foi o cenário de atuação da Contag. Como o Senhor avalia a trajetória da Confederação diante das diversas mudanças ocorridas no Brasil?
A Contag teve uma participação importante nas negociações por direitos das mulheres e dos homens do campo, nos sucessivos governos que comandaram o nosso país. Um ano após o seu surgimento, em 1963, por exemplo, se instala a Ditadura Militar e a Confederação recém-criada, teve a sua direção destituída para que esta fosse comandada por um interventor, o José Rota. Nesse regime, seguimos até 1968, quando houve uma eleição, onde o sindicalista pernambucano, de Vicência, José Francisco, montou uma chapa e venceu as eleições com 6 votos contra 5 conquistados pelo interventor. Dentre as instituições de representação do meio rural, no âmbito nacional, a Contag foi única a não ser extinta no período da Ditadura e, com isso, ela conseguiu ajudar muitas outras organizações e movimentos sociais que eram perseguidos a continuar atuando. Depois veio o processo de redemocratização, a luta pela Anistia, pelas Diretas Já e várias outras.

Quais as conquistas que o Senhor apontaria como exemplos da luta desta Confederação?
Foram muitas. Um exemplo clássico foi o fato de que, em 1994, ano da realização do primeiro Grito da Terra Brasil, nós conseguimos um investimento de R$ 200 milhões para a agricultura familiar, valor ainda pequeno se comparado à dimensão da agricultura familiar, mas significativo para a nossa luta, se considerarmos que a política do governo Fernando Henrique era do “Estado mínimo” . Este ano, conquistamos um investimento de R$ 18 bilhões. Historicamente, a Contag, por meio de uma luta incansável, levou à pauta federal demandas como a reforma agrária, assistência técnica para agricultura familiar, a educação voltada para a população rural e tantas outras temáticas invisíveis aos olhos do poder público.
Qual a mensagem o Senhor deixa em homenagem aos 50 anos da Contag?
Primeiro, foi uma grande honra ter feito parte da história da Contag. Segundo, no espaço do Legislativo, eu sigo defendendo e sou completamente comprometido com os princípios da Confederação. Diante disso, acho importante recomendar a essa instituição que fortaleça a luta pela ampliação de representantes verdadeiramente comprometidos com a luta sindical rural, nos espaços do Legislativo e Executivo, para que as chances das nossas propostas se concretizarem na forma de políticas públicas serem ainda maiores. Parabéns, Contag! (Adriana Amâcio-ASCOM)

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