O ADEUS A DONA GIZA
Vinte e seis de setembro, as doze e meia,
O que todos temiam aconteceu.
Veio o vento soprar a luz da vela,
Uma vida de luta enegreceu,
A notícia pior foi propagada,
O relógio do peito fez, parada,
A madrinha dos pobres foi chamada,
Os seus olhos fecharam, ela morreu.
Foi Maria Gizelda, Dona Giza,
Ao encontro da virgem concebida,
Habitar entre flores divinais,
No pomar da mansão por Deus erguida,
A tristeza da perda nos aperta,
Mas só Cristo é quem sabe à hora certa,
Se uma chaga na terra foi aberta,
A lacuna no céu foi preenchida.
Há dois anos, atrás ela sofreu,
Com a perda gritante do esposo,
Sem doutor Orisvaldo em companhia,
Seu caminho tornou-se pedregoso,
Mas com fé e coragem foi à luta,
Preservando os preceitos e a conduta,
Até que foi vencida na disputa,
Pelo mal incurável, impiedoso.
Mas doutor Orisvaldo certamente,
Deve estar muito mais do que feliz,
Ao pedir que Jesus a convidasse,
À mansão de Deus pai, reto juiz,
O convite foi feito ela aceitou,
Num balão de esperanças embarcou,
Tenho até impressão que já chegou,
À presença de Deus, como ele quis.
A tristeza dos filhos é a nossa,
O lamento dos netos, as comoções,
Afogados, se orgulha por ter sido,
Um dos berços da prole dos Simões,
Quanta coisa benéfica foi plantada,
Nesta terra por eles habitada,
Fica a história de luta a ser contada,
Para as nossas futuras gerações.
Diomedes Mariano. (26/09/2013)
