Três meses atrás, havia quase uma certeza em Pernambuco de que o governador Eduardo Campos seria candidato a presidente da República nas eleições do próximo ano. Ele vinha se articulando muito, conversando com presidentes de partidos do governo e da oposição, e gestando candidatos a governador nos principais estados da federação. De lá para cá, entretanto, o governador deu um “mergulho” e aquilo que parecia resolvido, hoje não passa de uma grande incerteza.
No início do processo de desaceleração, a presidente Dilma Rousseff aparecia como quase imbatível nas pesquisas de opinião. Vencia seus adversários no primeiro turno e tinha uma taxa de aprovação (bom e ótimo) superior a 50%. Hoje, o quadro político mudou radicalmente. A presidente tem, apenas, segundo pesquisa do Datafolha, 30% das intenções de voto, ante 47% da soma dos pré-candidatos da oposição: Aécio Neves, Marina Silva e o presidente nacional do PSB.
O cenário está propício, pois, para o lançamento da candidatura do governador. Mas uma série de dúvidas, certamente, está tomando conta da cabeça dele. Por exemplo: o partido inteiro o acompanharia para um confronto com Dilma (1ª opção do PT) ou Lula? Com quais alianças poderia contar e que tempo de televisão teria? Sua candidatura a presidente contribuiria para desarrumar o quadro sucessório estadual? São perguntas para as quais o próprio governador não deve ter respostas.
Por: Inaldo Sampaio