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ESPAÇO DA POESIA

Que mal cheiro no globo universal?
Que será esse cheiro de carniça?
É a baba dos homens sem moral,
Infiltrada nos códigos da justiça.

É o lodo que ergue o pedestal,
Da desonra pestífero, da cobiça,
O azinhavre que solta o vil metal,
Que ao vândalo imoral tanto enfeitiça.

É a mísera saliva envenenada,
Que a África do Sul vê derramada,
Nos cadáveres inerte das sarjetas.

A peçonha dos vermes dos barrancos,
Que devoram milhões de negros brancos,
Vitimados por brancos de almas pretas.

Diniz Vitorino.


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