Apesar de ainda não ter data oficial, um encontro entre o governador Eduardo Campos (PSB) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já é dado como certo nas hostes socialistas. Em reserva, um interlocutor do governador afirmou que a conversa é inevitável, em virtude da relação entre os dois. “Ele não pode ser candidato sem ter essa conversa com Lula. Até meados de setembro eles terão esse encontro. Eles são muito amigos e o governador é muito grato a Lula, mais cedo ou mais tarde isso terá que acontecer”, disse o socialista, em reserva. Setembro é o prazo estimado para o governador decidir se será ou não candidato contra a presidente Dilma Rousseff (PT), no próximo ano.
O encontro com Lula vai acontecer porque o governador ainda tem uma relação próxima com o ex-presidente. Lula apoiou a candidatura de Eduardo ao Governo do Estado em 2006, juntamente com a de Humberto Costa (PT), que estava em segundo lugar nas pesquisas contra o nome do então governador Mendonça Filho (à época PFL). Eduardo, porém, ultrapassou o petista e foi para o segundo turno com o pefelista, tendo o apoio do PT e dos demais partidos integrantes da Frente Popular. O êxito da gestão de Eduardo é atribuído pelos petistas ao apoio incondicional do Governo Federal.
Por ter tido essa relação com Lula, os socialistas já admitem que esse encontro entre os dois é indispensável. Em março, uma fonte do partido disse à Folha de Pernambuco que o governador não teria motivos para procurar Lula, mas que iria ao encontro do líder petista, caso fosse convidado. “Ele está muito bem assim, não tem nenhum estresse. Eles são dois políticos e conversam quando têm assunto, ainda não ligaram um para o outro porque não tem, neste momento, um assunto que justifique esse contato. Quando tiver alguma razão que justifique o encontro, vai haver troca de telefonemas”, contou o interlocutor, na ocasião.
No entanto, os laços entre Lula e Eduardo teriam ficado fragilizados depois das eleições municipais de 2012, quando o PSB saiu do pleito fortalecido. Desde então, o governador já teria alertado o ex-presidente e a atual presidente, Dilma Rousseff (PT), das suas intenções. Porém, antes de decidir sobre sua postulação, Eduardo ainda vai conversar com o petista. O mesmo não seria feito com a presidente Dilma, já que a relação entre os dois seria apenas institucional.