Líder do PSB na Câmara Federal e um dos maiores defensores da candidatura presidencial do governador Eduardo Campos, o deputado Beto Albuquerque reagiu às especulações de um possível recuo de Eduardo e às insatisfações de governadores do PSB que são candidatos à reeleição no próximo ano. Segundo ele, a probabilidade de divergências dentro da legenda existe, mas não vai interferir no processo de discussão sobre a postulação. De acordo com Beto, no momento em que o partido decidir disputar, a sigla estará unida, mas os que não ficarem satisfeitos podem deixar as hostes socialistas. “Estamos numa fase em que contrariedades podem ocorrer, mas quando a gente decidir, vai estar decidido. Quem não estiver satisfeito, se retire”, avisou.
O recado é direcionado para socialistas que não concordam com a postulação de Eduardo Campos. O primeiro da lista é o governador do Ceará, Cid Gomes, que já externou várias vezes ser contrário à candidatura do pernambucano. Nos bastidores, há rumores de que os gestores do Amapá e do Piauí, Camilo Capiberibe e Wilson Martins, respectivamente, não estariam contentes com o projeto de Campos. Outro que recentemente se colocou contrário à candidatura de Eduardo foi o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande.
Alguns gestores estaduais são favoráveis à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) e estão com receio de serem retaliados pelo Governo Federal nos convênios com os estados. Beto, no entanto, explicou que a discussão sobre a candidatura continuará sendo feita e disse que “não só os mandatários” serão consultados. “Ninguém vai impor nada goela abaixo, mas alguém que é previamente contra o partido mostra descompromisso”, avaliou Beto. O socialista, por outro lado, ressaltou que em cada estado há cenários distintos, e que “cada tem uma equação para conduzir”.
Segundo o parlamentar, não há recuo de Eduardo nas suas andanças pelo País porque o governador “ainda não é candidato e não tem como recuar”. “Ele tem sido muito chamado para falar das coisas boas do Estado e tem muita gente com inveja de Pernambuco”. O socialista disse que reuniões internas e articulações continuam sendo feitas e que a estratégia do PSB “é andar na velocidade certa e dentro do tempo do partido”. Assim como Eduardo Campos, Beto Albuquerque disse que 2013 ainda não é tempo de nenhuma decisão definitiva.
